domingo, 31 de agosto de 2008

Gosto do Meu Rio - Foi dos Legados mais Preciosos que Herdei dos Meus Antepassados

Não nos deixaram, importâncias monetários ou imóveis de valores consideráveis, pois no tempo do meu avó que nem reformas existiam , a casita habitacional quando era dos próprios, funcionava naquele tempo práticamente como garantia, que haveria sempre um filho que assumiria a responsabilidade de olhar por eles até ao final dos seus dias, o filho que o assumisse receberia em troca a citada habitação. Com os meus avós isso maconteceu. Mas e apesar de a casa ter sido para um tio meu a maior herança que foi herdada pelo meu Pai que me doou a mim essa riqueza inegociável que foi a minha parte de ter o Douro junto a mim e dentro do meu coração. A minha vida de Pescador e posteriormente de Marin heiro, permitiu-me conhecer bem os Pescadores, os do Rio e os do mar.nem uns nem outros foram pessoas de amealharem fortunas, bem pelo contrário gente que lutou com tenacidade e coragem para enfrentar as adversidades da vida. Suportaram porque o esforço era atenuado pelo amor e dedicação ás fainas piscatórias. O meu avó que era natural do Torrão, talvez com o medo da maior cheia até hoje no Douro em 1909, o tenha trazido até Cancelos, o meu Pai que pelo casamento se ligou a uma Familia de onde estavam os outros grande pescadores, tais como o Ti Américo Rouxinol, com 90 anos e ainda vivo, Tios Luis Gordin ha e Tio Francisço Mota, o Ti Albano, pescadores que viveram quase exclusivamente da Pesca. Foram estes que transmitiram e a muitos outros o bichinho da continuidade, onde infelizmente pelas imposiçõescom legislações quanto a mim por gente sem qualquer ligação ao rio e há faina piscatória, têm vindo a desaparecer, porque não permitem que se pesque com redes entre Barragens. Para quem vê diáriamente as continuidades de peixes no manto do rio, apesar de meterem espécie para comerem-se uns aos outros , a exemplo o Achegá, a Perca e o Perca Lúcia, seria talvez importante repensar estas limitações e a captura de várias espécies dariam para muita alimentação e o nosso rio não se importaria com isso porque ao estar mais limpo de Algas e outras coisas mais a reprodução seria muito superior.O meu apego ao rio e há pesca talvez me limite um pouco no desejo, mas não pedindo coisas irrealistas, muitas medidas poderiam ser reimplantadas e em vez de os pescadores serem cada vez mais limitados e om firme propósito de acabar com eles seriam incentivos importantissimos para que a sua paixão e apego há pesca os levasse a não procurar meios que no seguimento criam situaçoes no minímo embaraçosas, por vezes de recuperação improvável. Sei que o meu envolvimento, permitiram-me desamarrar amarras de dependências que sem ested incentivo, seriam muitissmos mais difíceis. Serei suspeito nas minhas ambições, mas ninguem me poderá acusar que não procurarei deixar para as gerações futguras e este alerta actual de saberem que oeste Lugares e Freguesias foram terras de pescadores e que era de inteira justiça perpetuar as suas memórias, estes homens e mulheres, foram um espécie de peixe mamifero que nunca se deixaram arrastar para a destruição do rio nem das suas espécie, gente que cumpriu nescrupulosamente as regras, mesmo que para o conseguirem tivessem tido de passar fome e os seus dependentes tambem. mas foram fieis e leais aquilo que amavam e era o seu bedm precioso. O NOsso Lindo Douro.
Sabemos que Pescadores, Caçadores, Bebedores Excessivos e outros são brilhantes mentirosos, se os bebedores são mentirosos perigosos, os pescadores são mentiras que nao prejudicam nem ofende ninguem, mas mentiras ocasionais e de arranjo. Sed os pescadores são cinícos enquando pescam, acabado a faina são pessoas maravilhosas que partilham entre si a solidariedade. Se o familiar de um naufrago não consegue odiar o rio ou o mar porque lhe levou o seu ente-querido, tambem os pescadores entre si são pessoas com um mundo muito próprio. No tempo em que dura o tempo de pesca somos invejosos, até porque com cita um provérbio Chinês se qaueres ser amigo do teu amigo, não lhe ofereças o peixe mas antes ensina-o a pescar. Reconheço qued quando psco com alguem a minha vontade é pescar muito mais que os colegas, mas acabada a pescaria faço questão de repartir por igual. É este sentir que nos faz diferentes. Apesar de todas as contrariedades o Rio Douro em cada dia que passa para mim a sua beleza e todo o resto que me envolve é mais belo e mais cativantedd e aumenta a cumplicidade entre ambos. Mas é salutar que assim seja, saio sempre mais leve e satisfeito por esztar mais preparado para o dia a dia seguinte. Sei que o Rio em tempo algum pactuou com parasitas em muitas ocasiões parece mesmo ter tido o poderio de decidir e dos enormissimos casos que conheços que foi chamado a decidir decidiu bem. O exemplo mais flagrante era o do Doutor de Midões um homem cheiode massa mas rico avafrento, que metia duas redes quando estavam para sair levantava as mãos com a rezar dizendo; Senhor dai-me muito peixinho , que eu preciso desse dinheirinho, Era quase sempre penalizado pçorque as redes dele ou porque quem lhe as entralhava já o fazia de propósito entrlhando mal, ou nporque então tinha o que merecia. Quando o caudal do rio o permitia e sempre que o areio de Midões não estivesse submerso, pescavam os pescadores das duas m argens, sendo que das quatro pessoas que faziam parte de uma rede por vezes eram metade de cada lado. Chegaram a haver 22 redes. Mas como anteriormente referi o Pscador não era capaz de comer e calar. Um belo dia o meu avô que passava por grandes dificuldades económicas não andava mais ninguem a pescar deitou a rede e apanhou sedte lam preis em vez de se calar e continuar a tentar apanhar mais, não veio logo chamar pela minha avó, pica 1, pica 2 e pica até sete os outros pecadores logo se aperceberam e foram todos a correr e o meu av+om andou 2 dias sem pescar rigorosamente mais nadda para castigo nem uma savelha. O seu filkhon talvez o maior Pescador de todos os temçpos porque no tempo de pesca não tinha sono e bastava-lhe que dormisse uma hora por noite para zse aguentar, passava noites inteiras no Ermo do Remesal a pescar aom Aranhô, sem problemas, mas quando andasse rio abaixo ou rio acima começa a ver bruxas, tardes e .lubizomes,homens que tremiam como varas verdes, mas quando confrotados e para não darem partes de fracos resçpondiam que não era frio mas nervos, Se os velhos lobos dpo mar andam e ajudam não por interesse mas por dever, os pescadores do rio andam pelo amor e afecto que tem ao seu rio e ás suas lides. Quem tem a sorte de trerf uma casa junto a esta maravilha tedm um contributo valiosissimo para a felicidade. Por mim só há uma única hipótese de trocar esta casa e este rio : essa hipótese única , a de poder continuar a partilhar os três o que temos vindo a partilhar até aqui e fazê-lo em cada dia que vivemos com maior intensidade.
ESTE MEU RIO ESTÁ NO MEU CORAÇÃO REPLETO DE AFECTO

O Porquê de Nunca se Ter Rezado Missa na Igreja da Quinta da Moira Cancelos/Sebolido

Amigo Doouro hoje deves estar demasiado surpreendido ao ouvires as teclas a escrever e a falar das Freguesias de Rio Mau e Sebolido, sabes que sempre houveram divergências entre Lugares e que as gentes do Lugar de Sebolido porque mais ligadas há Agricultura talvez por todo o transporte se efectuar em Cancelos não tenha tido a possibilidade de aprender a compreender tão fácilmente que quando os Lugares tomavam esta ou aquela iniciativa e se afirmavam não tinham qualquer pretensão que visasse a Independência, mas sabes que consta do Cancioneiro, onde nós Cancelenses e para os irritar cantarolava - mos ; Sebolido roupa velha ao Postigo- Amarrada com um Nagalho - Cancelos de Roupa nova- É o fruto do Nosso trabalho. Houve necessidade de fazermos umas Zonas para pagar umas divídas na Igreja,Cancelos decidiu fazer independente, o Povo de Sebolido não aceitou lá muito bem a nossa iniciativa, e lgom a preocupação e o medo de que pretenderiamos a separação, Eramos mais fortes em Cancelos tinha-mos O Ti Ribeiro Acordeão, O Ganso Harmónica de Boca, o Quedas na Flauta, enfim uma autêntica Filármónica, ainda para mais conseguimos o Quim Ferreira ensaiador do Rancho de Sardoura, Sebolido teve de arranja há Pressa o Martinho Fajardo. então Cancelos cantava. Senhor do Bonfim é nosso ó Laré e a Torre da nossa Igreja ó Laré por ser pequenino não importa nada só o que nós queremos é a conta arrumada. Tudo acabou em bem os resultados foram altamente positivos pagaram-se as dividas e a festa continuou. A nossa Freguesia fica situada na margem direita do Rio Douro, é uma terra pacata, de gente humilde e ordeira. Hesiste nesta pitoresca localidade, uma bonita e rica Igreja Arquiéctónica cujo Horago é S. Paulo, onde os seus devotos assistem há missa é grande a adesão. a eucaristia de Domingo é abrilhantada pelo já famoso coro Canto Coral. Parte da população habita no sopé dos gigantescos penedos da sombra e das famosas Fragas da Abitoreira, que parecem a todo o momento quererem despenhar-se sobre o lendário lugar de Cancelos. Estes rochedos emprestam uma beleza encantadora e formam uma paisagem verdadeiramente deslumbrante. Existe na herdade da Quinta da Moira uma Capela e ainda a sineta e pia da água benta. Capela que foi interdita ao Culto pelo Bispo de Penafiel e o Senhor Vigário, por ali serem praticados actos de Bruxaria e Feitiçaria e desta forma houve necessidade de construir outra Capela num local denominado Senhor do Monte. É precisamente nesta Ermida que normalmente e no mês de Maio se realiza a festa em honra de nossa Senhora de Lourdes. No momento estão a decorrer obras de calcetammento e outras feitas pelo pessoal da Camara Municipal. Amigo Rio querido, é-me muito gratificante recordar aquando da minha ida para a Armada Raparigas e rapazes me presentearam com uma Festa de Despedida. Guardo estes momentos inesqueciveis no meu coração. Mas Amigo voltando um pouco ás Bruxarias eu não acredcito, mas que as há há, ainda te lembras porque ouvias o Sinal das Santissimas Trindades que para nós era o toque de recolher obrigatório. Tinhamos a espreitadela habitual do saudloso e amigo Ti Luis Luntra, eramos Putos da noite e não gostavamos de ser controlados. O Quedas um belo dia decidiu que teriamos de preparar uma cena de bruxaria para amenderontar o Ti Luis. A Ti Margarida e outros deixavam os Lençois a corar no Tanque de Junçadelo, bem como Sabão nessa noite de luar cobrimos-nos com os Lençois Brancos, esfregamos muito sabão no Tanque começamos a bater com as mão no tanque e risadas. O Bom fdo nosso Amigo apanhou tamanho susto qued deu numa grande Burradeela, ficou com tanto medxo que sair com o anoitecer não era para ela. Não sei se algum dia chegou na ter o verdadeiro conhecimento dos protagonistas, mas penso que não e se lhe contassemos ele não iria acreditar. Tal como mo meu Pai que entrava em Stress Bloqueava dizia que as via eu não via nada não conseguia remar no Cafrneiro e achava c-que o Barco tinha de andar. Acreditava Piamente nisso como em outras aos nove anos levou-me a uma mas comigo não funcionou coincidência ou não floi muitas vezes ao Senhor António um Senhor que ficou invisual muito novo que teve de deixar o Sacerdócio e fazia esse trabalho. Houve casos segundo relatos de irmãos meus e do meu Pai coincidiu. Por mim não acredito, mas que as há , há . Como ousa dizer-se. É deste acreditar que consulta a Ti Maria Pin ta e o Senhor António Invisual oferece mil,Escudos ao Santissimo Sacramento da Raiva de quem a min ha Mãe era fiel devota. Quando o Cordão apareceu foi lá entregá-lo pedindo que o guardassem que logo que tivesse dinheiro o iria levantar, quando tal acon teceu já o cordão tinha ido. Já vai da sorte. Só que o valor era incálculável porque já tinha sido pertença da Avó da minha Mãe e lhe dtinha sido ofertado pela minha Avó MãeChica. Casos que muitos problemas originaram e tiveram consequências familiares no seu relacionamento.

Tenho Para com Rio Mau uma Ligação de Amor

Aos que já partiram que sirva para homenagear as suas memórias estejam onde estiverem que me desculpem se for caso disso. Aos jovens da minha idade de então o meu obrigado pelo apoio que sempre tive deles. Foi na Escola deste lugar que foi feito o exame da minha terceira classe. Tive o privilégio de juntamente com o meu Irmão Joaquim o Serafim Quedas e pouco depois o Amadeu Fifas nos anos cinquenta sermos as primeiras pessoas de Cancelos/Sebolido a virmos a prender música na Banda Musical, demos todo o Solfejo do Freita Gazul e Artur Fan, chegamos durante bastante tempo a ter instrumentos, só não chegamos a sair músicos, porque o jogo ao montinho em vez das aulas deitou tudo a perder. Mais tarde fui protagonista que muito irritou as gentes do Lugar por ter vindo trazer um Burro. Mas a ligação que sempre tive com essas gentes primeiro quando nos encontravamos na pesca no areio Dórts quando o caudal do rio sobia, depois porque a partir dos 14 anos passava diáriamente e atravessava na barca para ir para as Crivas mais tarde para as Minas, onde trabalhei com imensa gente e onde eramos todos grandes amigos e o facto de sempre ter existido a pretensão de Rio Mau se tornar Freguesia , dizendo a brincar ou não que pretenderiam a que Sebolido se tornasse Lugar da nova Freguesia, não caía bem nós que sendo de Cancelos viviamos intensamente este problema, que já nos era contado pelos nossos Pais que não gostaram nada da brincadeira , como no meu caso e talvez por ser considerado o principal responsável tiveram de pagar 1.100 escudos. Choveu da Grossa. Talvez uma forma de compensar e já que no trabalho que vier a desenvolver e como disponho de documentos que me permitem fazer um desenvolvimento sério e reprodutivo, quando Rio Mau pertencia a Santa Eulália de Pedorido e por vontade própria dos Senhores de Rio se integrou na Freguesia de Sebolido depois de esta se ter tornado Freguesia e deixado de pertencer á Freguesia de Canelas. Como prova da admiração que tenho pelas gentes de Rio Mau e o rreconhecimento de segundo a minha convicção serem das pessoas que mais gostam da sua Terra, não vem de agora mas desde que me conheço e muito Jovem comecei a conhecer as gentes deste Lugar e desde esse tempo que tenho esta opinião.Sendo a mais Jovem Freguesia do Concelho de Penafiel, Devido há construção da Barragem de Lever/Crestuma, Rio Mau está quase cercada de água por todos os lados, pois a ribeira está submersa, a Albufeira empresta-lhe uma beleza encantadora, são atributos que classificam esta pitoresca região como uma das salas de visdita do Concelho de Penafiel. Segundo a Lenda, que deu origem ao nome de Rio Mau.
Os primeiros povos a habitar este rincão, eram moleiros, oriundos de Paços de Sousa, que no sopé da Serra da Boneca e na margem direita do ribeiro construiram as suas casas e os seus moinhos´, (há registos muito antigos referindo os moínhos)mas eis que que num ano invernoso, com chuvas verdadeiramente diluvianas, o ribeiro aumentou assustadoramente o seu caudal transformando-se num rio furioso, levando tudo o que se encontrava pela frente, não poupando as habitações e os seus moinhos. Perante esta catástrofe, os moleiros de braços cruzados e despojados de todos os seus haveres disseram por fim. Este é mesmo um RIO MAU.
Rio Mau veio de novo a ser fustigados pela maior cheia ocorrida no Rio Douro em 1909, ficando a de 1962 a cerca de um metro e cinquenta abaixo as marcas estão registadas e encontram-se ainda bem visiveis na Igreja Matriz de Melres e na Mercearia cerca de 200 metros há frente. Agradeço a colaboração e disponibilidade do meu Amigo António Monteiro . Obrigado Amigo Riumauense.Valdemar Marinheiro

Grato Reconhecimento aos Jovens da minha idade Rio Mau

sábado, 30 de agosto de 2008

A Caminho da Abstinência Alcoólica. Caminho Sinuoso

A Caminho da Bendita Abstinência Alcoólica. Um percurso sinuoso até conseguirmos alcançar o cume do Monte onde pretendemos chegar carregando e a deixar lá por uma vida a cruz do Calvário. Não somos contra quem fabricaz as Bebidas. Quem as vende . Ou quem as consome. Todo o nosso trabalho é feito gratuitamente no sentido de juntar a nós quem dependende desta maléfica doênça e tem vontade de se tornar abstinente. Será sempre sum caminho sinuoso. Cheio de desafios. Mas para quem frequenta reuniões nas Associações de antigos bebedores tem práticamente assegurado a sua não recaída. Se no tempo em que bebia exageradamente me ía matando. Hoje tudo faço para estar de bem com a vida. Eu. A Minha Familia e todos quantos me ajudam merecem que não os defraude. Vivo Um Dia de Cada Vez. Douro Lindo ao falar dos meus amigos, não fiques enciumarado. Porqu estás sempre entre eles . E quero-te sempre ao meu lado.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

UMA PAIXÃO QUE ME TOCA NO CORAÇÃO E ME ESTIMULA A INTELIGÊNCIA

UMA PAIXÃO QUE TOCA NO CORAÇÃO E ME ESTIMULA A INTELIGÊNCIA
Pelo que em todas as nossas conversas não falaremos em Avarentos ou Porcos, porque ambos só se aproveitam depois de mortos

Amigo dar importância a bisbilhotices são coisas que não cabem entre nós, na verdade são tantos os segredos e histórias vividas entre ti e quem ao longo dos Séculos teve e tem a a sorte de poder conviver contigo, concerteza que como eu viveu e vive momentos intermináveis de felicidade. Começamos a falar e nunca sabemos qual o tema a abordar em primeiro.Mas como tu és eterno e eu ainda espero andar por cá mais uns anos, houve tempo que mergulhado no àlcool me ía matando, hoje faço tudo para estar de bem com a vida sei gostar de mim e assim sei amar tudo o que me é querido. Sei que não tenho tudo o que amo mas tenho a plena convicç~~ao de que amo tudo o que tenho. Como sabes andei toda a manhã a fazer Ginástica acarrentando muns Tijolitos no Antigo Caminho dos Pescadores a que eles por ignorância crismaram de Rua do Perdegal(quando ao existente e que começa da casa do Patelinha até Quebra Figos se chama Pedregal. Sem comentários já vai da sorte os actos fiquem sempre com quem os pratica, já indaguedi o Senhor Presidente da Junta actual e ele está receptivo. Sabes que é lindo chamar os bóis pelo nome e que snunca ficou bem trocar-lhe de bói para Vaca nas entradas e saídas dos Matadouros. Comecei a escrever e tencionava falar-te das consultas que fiz às Clebas (Sortes) de 1919 e dos Naufragos, mas a conversa é como as cereijas. Vou terminar por agora mas logo quando regressar da Reunião em Fiães no Núcleo da Associação de Alcooólicos Recuperados do Concelho de Santa Maria da Feira vamos falar um pouco destes dois Temas, juntando se der tempo o Tema polémico- Feitiçarias e Bruxarias. Agora de novo em Moda pelos lados de S.João de Ver, falar do Brochedo para Rzico e o Brochedo para Pobre.
Amigo até logo.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

BONDADE ÚNICO INVESTIMENTO QUE NÃO VAI HÁ FALÊNCIA

Olá meu Douro Lindo e Amigo
- Cumprindo com o ontem prometido
De Cancelos o Pescador/Marinheiro
De novo a falar contigo.
Como sabes porque estivemos durante todo o dia a escassos metros e o vento não soprava, foi maravilhoso admirar as tuas águas calmas. Assim continuei a recordar outros tempos e suas histórias, mas tambem a maravilhar-me contudo o que sempre tens diáriamente para partilhar com todos os que te querem e te sabem admirar. Sabes que tudo na vida é como o sal na comida e quando é demais faz mal. E há por aí quem não seja bem intencionado e procure em cada dia fazer mal em quem sempre procura fazer o bem. Acredito que os Rios e Mares são os que mais teimam em ser um bem precioso para a humanidade apesar de todo o mal que lhe fazem, muitas vezes até com om único propósito que visa pura e simplesmente em troca de toma lá nada a sua destruição. Mas não é para falarmos de coisas tristes ou más que aqui estamos. Troveja, mas a temperatura está alta, tenho a janela da Sala aberta, o que me permite de quando em vez dar uma espreitadela e na verdade estás maravilhoso, o clarão do Luar torna-te mais verde tal e qual o meu Sporting e como tal é o juntar de duas paixões numa só, apesar de ontem não se terem portado nada bem contra o Real, as coisas espero que contra o Braga no próximo fim de semana melhorem e muito. Como sabes juntar o útil ao agradável é super bom. Vamos ter um fim sde semana e até quarta feira iremos estar junto só com uma pequena separação o tempo de me deslocar amanhã para promover a reunião nos Alcoólicos Recuperados em Fiães e por volta das onze da noite estarei cá de novo para vcoltarmos a conversar, mas vou tentar abordar o assunto dos Rabões, o que transportavam e as histórias das suas Tripulações. Sabes que a conversa é infindável tal é a nossa ligação e ainda quando somos amigos e aos amigos não se deve esconder nada falar sem reservas e o amigo que aproveite o que interessa. Já agora emprestei hoje o meu Barco e os três Amigos que andaram a pescar tambem são bons amigos, não com a nossa intencidade mas sim gente que aos poucos e poucos se vai apaixonado por ti e pelas histórias a ti ligadas.Verdade que nos meus contactos do dia a dia as pessoas vão sendo cada dia mais curiosas e as perguntas sucedem-se. Por exemplo agora há noite fui fazer uma pesquisa na nossa Junta de Freguesia e ao dar-lhe a notícia de que estamos na Internet logo começaram a pesquizar e deram-nos os parabéns. É sempre importante saber-mos que o Executivo se começa a sensibilizar e ao fazê-lo começará a empenhar-se na Limpeza dos acessos e assim o número de quem te visita aumentará e ao acontecer tu tens o condão de levar as pessoas a apaixonarem-se por ti. è convicção minha que já tivemos dias muito piores. Agora que o Rélogio já começa a marcar umas horas largas da amanhã, vou descansar para de manhã me poder levantar com boa disposição e assim poder responder cerebralmente ao reavivar do nosso passado. Para terminar. Como somos defensores de causas e não de casos, seremos imparáveis para que possamos continuar a dar boas novas a quem espera de nós uma boa resposta. Agora vou ter de ter mais cuidado e antes de publicar a mensagem tenho de corrigir os erros, porque a Senhora Catariana não facilita. Obrigado Meu Rio e Até Já.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Douro Amigo A Conversa Que Tive Contigo.

Quando hoje de manhã nos reencontramos após a travessia na barragem Lever/Crestuma fiquei imensamente satisfeito por ver que as tuas águas estavam calmas e que seria fácil o nosso diálogo, não seria necessário falar alto para ter a certeza que estava a ser ouvido. Falei que não tinha a certeza se teria a possibilidade de me deliciar com uma banhoca, tal não foi possivel porque tinha de aprontar o quartito de banho que estou a reconstruir, sabes que foram inúmeras as vezes que te olhei e sinceramente uma vez mais aconteceu que quanto mais te olhava mais te admirava. Foi bom estares toda a manhã calmo, e quando o sol aquecia em demasia soubes -te
chamar o vento fresco para nos deliciar com a fresca vindo no descampado da Raiva até há Quinta da Cortiça, mais um dia em que alguns banhistas e aproveitando o que lhe restam das férias te procuraram para se refrescarem com umas banhocas e umas pescadelas. Como sabes ambos acabamos por ficar imensamente satisfeitos por tu e o nosso Lugar em Cancelos por estes Jovens que nos começam a procurar com maior assiduidade. De manhã tinha acertado contigo, se tivesse alguma possibilidade começar iríamos falar dos Rabões que em tempos existiram e o que transportavam para as Padarias do Porto etc. Como te tinha dito tambem hoje era quarta-feira e como habitualmente teria de promover mais uma reunião, como te disse e sabes que sou Monitor na Associação de Alcoólicos Recuperados em Santa Maria da Feira (aqui ajudo e sou ajudado doentes que precisam da minha assiduídade) e que tenho a pretensão de vir a ajudar a criar uma Associação na minha Freguesia de Sebolido e Circunvizinhas. Há e já agora quero informar-te que no próximo dia 20 de Setembro ás 21h no Centro Recreativo e Cultural de Sebolido um Colóquio sobre Doênça Alcoólica e sua Recuperaação e que a entrada é livre. Mas na altura apróximada falaremos mais pormenorizadamente. Estou aqui em Nogueira da Regedoura, mas de manhã aí estarei de novo. Falaremos e comprometo-me desde já que há noite escreverei de novo a nossoa conversa para que os nossos Amigos a venham a conhecer. Pois como sabes dar exemplos não é a melhor forma de incentivar, mas sim a única. Para que não venha a caír no esquecimento. Como refere e muito bem o Filho da Escola Manuel Araújo Cunha tu serás Eterno, e quem te souber descrever tal e qual como és. Tu saberás perpetuá-los. Quando eu partir se alguem ousar colocar na minha sepultura: Jaz aqui quem nunca amou o Seu Rio . Eu tenho plena convicção que levantarás a ondulação como um dcesmentido. Porque tu sabes que quem ama nunca esquece. Descansa e até amanhã. Quanto há viagem até Carrapatelo no meu Barco a Remos logo que seja possivel e espero que seja brevemente lá irei no meu Barco à Vela.
Até já.

O Mestre Leituras A Bordo da Diogo Cão

Na minha vida de Pescador tinha aprendido a remendar a chumbeira e lança-la, um belo dia na Escola de Mecánicos em Vila Franca de Xira perguntou quem sabia remendar e ate fazer cambos na chumbeira. Não fui dos primeiros, mas depois do teste fui o escolhido, deu para gozar uma parada. Então um filho da minha Escola disse ao Mestre que eu era Pescador, chamou-me e eprguntou-me qual a minha especialidade, disse-lhe Radarista, então disse-me ele. Rederista que faziaa lá na Terra. Respondi era Pescador. Respondeu-me ele eu tambem. Então para falarmos um pouco de pesca v ais ajudar o clarim a limpar o sino do Navio.A Limpeza durolu mais de três semanas e para ambos meter as mãos era complicado. Então disse-me ele. Rederista eu não vim para a Marinha para aprender a fazer nós nedm mãozinhas,vim para cá a aprender a ler e a escrever. Começou a ser frequente ele me chamar ao I.T.O. dizia atençom pçraças o Grumdete Rederista queu sei que não é manobra apresentesse a mim onde estou. Chegava a andar mais de meia hora a procurá-lo admirei este Sr. Sargento pela evolução na leitura, fomos navegar uma semana para Setubal havia lá a Fedira das Induzstrias, só que ele no Domingo tinha comparado um livro de sete balas, teve dce ficar a bordo todos os dias, chegamos sexta feira ao Alfeite e ele para acabar de ler o livrito teve de ficar lá até Domingo ao meio dia. Um dia aborreceu-se comigo queria participara de mim ao Imediato, perguntou-me o número talvez umas 20 vezes mas sempre que eu dizia fazia-o mais deprerssa 19518, como ele sóm conseguia escrever um número de cada vez a coisa passou em branco. A Este Sargento Desrratização se ainda for vivo desejo-lhe a melhor sorte do mundo se já partiu esteja onde estiver que descanse em paz.

Fragata Diogo ( O Mestre da Póvoa do Varzim)

rRecordações Afriacanas A Misse do Cobué

Os Meus Dois Anos no Lago Niassa.





A Todos quantos tiveram a paciência de me
O Monte Tchifulli aturarem e a mim ficou- me a grata recordação.




Adeus Metangula No Lago Niassa
Só aqui há massa Isto está bem mau
A fome é maningue Só aqui há massa
No Lago Niassa E arroz de Chaw Chaw

Ao Ex-Capelão Delmar Barreiros, Ao Comte Manuel Rodrigues ao meu Amigo inseparável Delgado, ao Rola Chera e tantos e tantos outro um até já. Desenvolveremops conversas e passagens dignas de registo em outras páginas . Nampula 1970 a 1972 outra grata Recordações.

Angola- S.Tomé e Principe, Cabo Verde Novamente Moçambique e Tânzânia - Àfricinha.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

ontinuação Os Jovens no Cais de Cancelos A Fotografia

Mas as águas limpas do nosso Rio em Cancelos

Da outra Margem Midões e Gondarem

É Muito Bonito Amar-mos o Rio

Porque ele só nos quer Bem



Se em Cancelos o Amamos

Em Sebolido n ão o esquece

Todos juntos ainda somos poucos

Porque o nosso Rio merece

Fotografia para Incentivo (A Pesca de Areia Fina)

Hoje mais que ontem tive o grato prazer de reencontrar um grupo de Jovens com idades compreendidas entre os sete e os treze anos, foi enorme a minha alegria e perantes o meu esspanto que esses Jovens se deliciavam no Cais da Praia de Cancelos dando os seus mergulhos, enquanto amarrava o meu amigo barco Valboeira anão resisti a lghes perguntar se já todos sabiam nadar, responderam uns que melhor que outros , mas que todos se já desenrascavam, prontifiquei-me a ir buscar unxs coletes de Salvação, respçonderam e asseguraram-me os que sabiam menos que não se afastariam enquanto os outros iriam estar atentos. Disse-lhes quanto amava o Rio e que desde os meus cinco anos de Idade o atravessava a nadso, mas que naquele tempo o Caudal era mais pequeno. Perguntei-lhes ainda se tencionavam um destes dias regressarem para saborearam o tudo que de bom ali ainda nos oferece. Responderam-me prontamente que sim e agora que os acessos se mantinham razoáveiss voltariam e se tudo se proporci onal normalmente, o mais provávdel é voltarem amanhã de manhã uma vez mais para se en treterem a pescar, e en tão há tarde regressarem para de novo saborearem mais uma banhoca. Foi com enorme alegria que os incentivei e disse-lhes que os aguardaria. As ondas que parecem ter andado um pouco cabisbaixas, se calhar por em Cancelos se sen tirem um pouco sós, ontem e hoje estiveram mais vivas ed a espuma parecia aa saliba das rizadas da alegria das companhias. Se noutros tempos se dizia em Cancelos e cantarolava: Senhor do Bonfim e o Rio de Cancelos é nosso Ólaré E A torre da nossa Igreja Ólaré. Por sermos pequeninos não importa nada só o que nós queremos a conta Arrumada.

Grato meu reio pelo Pescado

Três semanas no areio Dórts

Molhados a Tremer mas a Cantar

Do Pescado Vinha o Pão

Para a Todos nos sustentar



Subindo o Rio até ao Carneiro

Pelas Fragas Traiçoeiras

Várias Vezes durante a Noite

Para levantar as Cabaceiras



Foram anos muitos Anos

No Remesal Pescando com Aranhô

Herança Que foi Pertença

Do Meu Pai e meu Avô



Guardo no meu coraação a única vez que o meu avô Jaquim me bateu andava a pescar no Areio Dórts há três semanas as cabanas eram feitas de feitos chamisssas Favecas e outras, chovia lá dentro como cá fora ainda não tinham chegado as botas de água a barriga das pernas sangrava ao vivo eram dores horriveis, o meu avô vivia connosco, abeirou-se de mim deu-me quatro bofetadas e tornou-me por resposta levas porque mereces, não sei a quem sais não vales merda nenhuma. Tinha eu nove anos de idade. Foram como quem deitou água ao lume. Obrigado avô foi a mais bela lição que tive até hoje e muito provávelmente dependeu dessa aula o amor que tenho ao meu/teu Rio, ao meu Mar e há minha segunda Mãe a Marinha. Estejas onde estiveres como forma de homenagear a tua memória vou juntar a tua foto que é de quem sempre um fiel e valente pescador. O Teu apego ao rio está que quando tremias com o frio e te perguntavam, respondias: qual frio qual quê isto são nervos. São destes homens que se fazem os verdadeiros os pescadores apaixonados e Marinheiros. Já aagora avô pica uma, pica duas e pica até sete, edstou a falar daquelas sete lampreias naquela noite no Areio de Midões. Como verdadeiro pescadores terias de ser tam bem mais um Guerguenteiro.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

sábado, 23 de agosto de 2008

Temas a desenvolver para que o meu Rio Douro as Ouça.

O Cravo da Catequista cusrou 25 e croa e 5 cossas. O Burro Festa e 1.1oo Escudos . Histórias de Moínhos e Moleiros ( O Casaco do Moleiro). Criação e Fundador do Jornal Tichifuli no Lago Niassa . O Apanhado Comandante Manel . O Sargento Gaivota ai Gaivotazinha ( Percebe-se)


A Participação no 25 de Abril de 1974. Convicções (O Politíco e as Autarquias, e suas relaacções)


Os Amigos. As Histórias e participações vividas em Nogueira da Regedoura e Sebolido. Participações activas, Monitor na Associação Alcooólicos Recuperados Concelho Santa Maria da Feira e Centro Recreativo de Sebolido. Resumo Histórico da Freguesia de Sebolido.


Nota do Autor:


A escassos metros do meio rio procurararei se o tempo que tiver por cá andar me permitir concretizar esta ambição de criança, ao terminá -lo sentirme-me imensamente feliz não só pelo interesse que poderá despertar na população actual e vindoura, tambem a certeza de poder bater as teclas e o rio ouvir e registar no silêncio da noite porque ele não dorme, tudo o que de bom e mau viveu este seu apaixonado. O Meu Querido Rio Douro- Rico Muito Lindo e Famoso. Soube Sempre Fazer-se Adorar. Sempre Foi Humilde e Nunca Vaidoso


quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Convívio/Confraternização do Centro Recreativo Sentir Penafiel
O incansável colaborador Justino Mota
O Presidente do Centro M. Cardoso
O Secretário responsável Recreativo Valdemar (Ferreira o "Marinheiro")
Paulo secretário da Assembleia Geral

Convívio/ Confratenização no Sameiro com o conjunto "Os Cavaquinhos" integrados na iniciativa "Conhecer o Concelho de Penafiel"


Os apoiantes do ciclismo numa das voltas a Portugal - passagem pela freguesia de Sebolido

O plotão da volta a Portugal


A Tileira tapa a casa onde estava instalada a loja do Ti Vitorino onde foi preparado a iniciativa de levar o burro a Rio Mau

Dois dos principais protagonistas que tornaram possível tal iniciativa

Valdemar Malô e Vírgilio Pinto

Andralina ( nome fictício) Relato de acontecimento verídico.
(O CORDÃO)
Desde criança que foi criada com o possível amor e carinho dado pelos avós, era filha de mãe solteira, mas que a vida não lhe proporcionou levar com ela, foi crescendo com o apoio e carinho de um tio seu,pescava desde criança com os seus avós e tio, foi crescendo o seu azar como o de muitos outros é ter crescido, pois a sua humildade e seriedade eram inquestionáveis. Ambicionava casar e casou, aspiração comum a qualquer rapariga desse tempo. Continuou a desfrutar de total liberdade de se movimentar livremente em casa desse seu tio, conhecia os esconderijos onde as coisas mais importantes guardadas. Tiveram pressa em construir a sua própria habitação, tão rapidamente que um dia decidiu-se por furtar um cordão em ouro pertença da esposa desse seu tio, mas que a amava como família directa. Nunca desconfiaram que ela fosse a autora desta triste história, os lesados, recorreram a pessoas que gostavam de adivinhar, a curandeiros e bruxos, tudo isto trouxe despesas acrescidas em tempo de fome.. Disse a Ti Maria Pinta ( a Serralheira) que tinha a certeza que o ouro não tinha atravessado água(o rio) e que quem roubou não era de longe. Nunca soube se ela acertou ou se tinha conhecimento de quem furtou. Começaram os boatos que o meu Pai o teria vendido para andar na Putaria e beber copos. A um desses que lhe disse de cara a cara e que não era verdade e só não o matou porque a caçadeira de carregar pela boca encravou, não bastava a perda já que o cordão era herança da Visavô da Elisa da Presa.

Não Tenho Tudo O Que Amo, Mas Amo Tudo O Que Tenho

Não Tenho Tudo O Que Amo, Mas Amo Tudo O Que Tenho
Rio Douro, Midõese Cancelos e Marinha, os Meus Grandes Amores, Sebolido e Nogueira da Regedoura as minhas Paixões.
Convicções do Autor:
ACALENTAÇÃO:
Acalentei desde criança o sonho de um dia poder ter a capacidade de deixar para as gerações vindouras testemunhos que sempre pensei ser de extrema utilidade. Histórias e Vidas destas gentes hospitaleiras que perduram eternamente no meu coração
Provam que nunca foram os coitadinhos da silva, mas gentes que tinham uma fontes infinita de onde corriam o amor e carinho vindos do seu coração. A todos eles estejam onde estiverem o meu bem hajam e o meu reconhecimento eterno.
Pelo que as muitas e boas razões que sempre existiram e hoje ainda mais se justificam, quando muito daqueles que as viveram já partiram, outros em que o seu percurso normal de vida se aproxima do fim e ou as suas memórias começam a esquecer.
Mas é deste Baú de recordações que irei procurar ainda salvaguardar o tudo que for possível. Porque não conhecer acontecimentos importantes, mas também a importância da realidade e acima de tudo a disponibilidade para o fazerem
Assim não deixar desaparecer tão rica dos putos dessa geração maravilha (a chamada 5ª coluna)dos putos, os adolescentes e adultos que em tempos de enorme crise nacional criada pela tacanhez e incapacidade do Estado Novo, que em tempo de fome nos obrigasse a engendrar imaginação e dedicação.
Parte dos factos citados se calhar só aconteceram, porque perante os acontecimentos nós nos divorciávamos das adversidades da vida. Ou porque não sabíamos ou porque seria o mais aconselhável, e esta indefinição tirava o raciocínio mental e que provocava muitas vezes essa asofia motivando um viver que por vezes chegava a ser quase infernal.
Motivos para a boa disposição tinha um preço muito alto e raramente aconteciam porque depois de um ou vários dias de trabalho árduo, ganhando uma ninharia que pouco mais dava que para comprar um pequeno naco de pão, chegar a casa, ouvir os filhos gritando que tinham fome, para um bom pai era uma situação quase dramática, que mais dramático se tornava ainda para as Mães porque normalmente acabavam por pagar as favas. Para nós pescadores a vida tornava-se ainda mais complicada nos meses de inverno, porque o nosso rio nesses meses fechava a peixaria e nem uma cabeça de peixe se pescava, para nos dificultar ainda mais a vida era não se poder ir há lenha da serra, pois a lenha molhada e carregada há cabeça carregados que nem moiros e trazia-se meio boteno.
Texto da Autoria do Valdemar (Ferreira “ O MARINHEIRO”

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Tenho um enorme divída de Gratidão com as Gentes destas Terras

Tenho uma enorme divida de gratidão para com os lugares de Midões e Cancelos/Sebolido e com as nossas gentes que fizeram de mim um homem que e me moldaram de forma a que poderia ter sido quase perfeito, não fosse a minha forte personalidade e convicções e os desvios que a própria vida me proporcionaram e que eu em determinados periodos optei pelo lado errado, tempos de conduta reprovável mas que eu não soube superar ou não optei por uma avida difícil que teria sido de enorme privações. Foram estes desvios que hoje me quero sujeitar a retribuir muito do que poderia ter dado e não dei, mas que o meu amor a estas terras e ás nossas gentes sempre e em todo o momento foram de total lealdade e sempre falei bem alto os meus laços umbicais. Como dar exemplos não é a melhor forma de incentivar, mas sim a única. Tudo tenho feito para uma reconciliação total a tudo e a todos. Poderiua ter tido grande parte da minha vida na Universidade, mas os meus reçlatos e experiências são diplomas de Licenciaturas de vida. Se em tempos me ía matando, hoje tudo faço para estar de bem comigo mesmo e com quem adoro e nestes amores entram as minhas Terras, as minhas Genetes e o Meu Rio. Amores que perduram. As citações de pessoas e casos, visarão apenas e só firme propósito de perpetuar as suas memórias.

Neste mêsde Agosto de 2008 em que no passado dia 4 comemorei 22 anos de bendita abstinência alcoólica referiu-se o Novas Valde do Sousa referênciando a minha dívida de gratidão o Jornal o Imediato de Penafiel na sua edição de 14 de Agosto de 2008 com o Titulo: Valdemar "Marinheiro" Colabora com Centro de Sebolido.

"Tenho uma divída de gratidão com Penafiel

(A Foto legendada) "MARINHEIRO" Um Homem em luta constante

Valdemar Gonçalves da Rocha, mais conhecido por "O Marinheiro" Mantem-se ligado á freguesaia penafidelense através do Centro de Sebolido, onde ocupa funçõesde Secretário de Direcção e responsável na Organização de eventos nas áreas desportiva, cultural e recreativa.onde mantem o contacto com os amigos e a terra que o viu crescer. Trabalha em regime de voluntariado e está sempre disponivel para dar o seu mmelhor seja no Centro , na Associação de Alcoólicos Recuperados do Concelho de Santa Maria da Feira e de momento o seu maior sonhor era ajudar a criar no Concelho de Penafiel uma Associação de Doentes Alcoólicos Tratados e que já no próximo dia 20 de Setembro irá dar uma palestra no Centro dde Sebolido. Relatos e Experiências de Alcoólicos Tratados presença assegurado de presenças de Rio Mau e Outros homens e mulheres Tratadas e que ele ajudou na recuperar. Monitor na Associação. Lutar para melhorar.T

sábado, 16 de agosto de 2008

O Marinheiro Meditando


O primeiro navio em que embarquei - Destroyer Tejo


Passeando no cabo Espichel Sezimbra




Concretização de um sonho de criança que durou 19 anos

Escola de Marinheiros
Vila Franca de Xira


Água do Rio Douro
Cancelos Tapada do Coelho (Pesqueira da Sardinheira)
1963


quarta-feira, 13 de agosto de 2008

HISTÓRIA ÀGUA DA FONTE DE CANCELOS E A ÁGUA LIXIVENTA

História da água da fonte.
Ricas histórias vividas neste Lugar de Cancelos e muito em especial no recanto do tapado Coelho, totalmente ignorado por grande parte da população da Freguesia e muito em especial pelos responsáveis camarários que nunca se dignaram cá virem visitar. Mas como costuma dizer-se: os actos ficam sempre com quem os pratica, resta-me dar notícia do caso.
Foi durante séculos a presa de cima do tapado do Coelho, que nós os três proprietários dos terrenos envolventes temos direito a utitilizar a agua que aí nasce em partes (compartes) iguais. Como era-mos obrigados a dar passagem a quem lá tivesse sem tempos de ir buscar água.
Dispõe Cancelos há mais de setenta anos de uma fonte com mina e um tanque depósito esse que foi feito pelo falecido Abílio Jigueiro que lá trabalhou como moço do falecido homem da Ti Teresa Costureira.
Antes dessa, existia um fonte por baixo da que existente actualmente que normalmente secava nos fins de cada verão e ficava submersa no Inverno quando o caudal do rio subia um pouco mais. Nessas ocasiões o povo de Cancelos apenas tinha água da presa de cima do citado Tapado. Este tapado localizado no terreno que o Guerra herdou, existem quatro presas sendo que uma, a debaixo é a meias comigo.
Mas desta fonte tambem existem histórias pitorescas, que se agora dão para rir no acto em que tais actos forma executados as coisas poderiam ter tido repercusões graves.
A actual fonte, nos períodos de verão deitava muito pouco água e, por tal motivo, os canecos eram mais que muitos na bicha. Quando nós miúdos lá passava-mos não nos davam água e,se o fizessem andava-mos sempre a beber de guluzisse. Num desses dias vinha eu queimado de sede, pedi para me deixarem beber mas não abriram excepções. Quando cheguei à Barreira velha vi o Tono Pombas com uma garrafa branca cheia, perguntei-lhe se era áua e se me dava uma pinga; disse-me que sim e deu-me a garrafa, meti-a à boca e bebi uma grande esatarraçada enquanto ele todo contente, a rir-se, só que, quando tirei a garrafa não conseguia nem vomitar nem tão pouco aspirar, ele continuava a rir-se cada vez mais enquanto eu lutava cada vez com maior dificuldade. Passei um largo tempo de enorme martirio e ele quanto mais aumentava a minha dificuldade e mais se ria, pois o tratante o que me ti nha dado era Lixivia e o mais grave é que ele soube o que fez. Mas lá me safei e a coisa passou. Ainda hoje ele se diverte com isso enquanto eu continuo a não achar muita piada por me recordar da aflição que passei. Mesmo assim e apesar da atitude deselegante do Pombas, obrigado pela bebida.

O INESQUECIVEL JOLIM DOS ANOS CINQUENTA

Jolim:

Hoje vou ir um pouco mais além; sabes que no tempo em que te deixaram viver tiveste de todos nós um tratamento digno de poders sere aquilo que eras. Sabes que aquele acto tressloucado na pedra vinte, foi um acto irreflectido de vaidade e o mais certo acompanhado de um copo de vinho. Sabes que fui eu e não ele que te escolhi de entre vários irmãos e que te retirei da vossa mãe Menda para te meter na Lira que te alimentou. Sabes que não nos seria possivel alimentar a todos que eram 16 na totalidade. Tinhas três meses e meio quando tudo aconteceu. Foste um herói porque naquelas condições sobreviver 13 dias e tão ferido, ainda con seguir chegar a casa não te foi fácil.
O tratamento que te fizemos quando tiramos os chumbos com a barrela da cinza funcionou, ou melhor, teria de funcionar porque naquele tempo não havia mais nada a que recorrer.
Já lá vão mais de 50 anos e tu que já partis-te deste mundo há tantos anos e, quem te envenenou, já partiu tambem penso eu e já agora, o Luis Guerra que comigo te tratou, já morreu também. Para te recordar para lá do pinheiro que o Quim meteu junto há tua sepultura secou mas o lugar onde fos-te sepultado esse continuou bem presente e vou lá muitissimas vezes. Acredita que sempre que de lá me aproximo te recordo.
Já agora quero que saibas que pouco depois de teres partido aqui de Cancelos a Rosa Jigueira sofreu uma mordidela raivosa; valeu-lhe o empenho do meu Pai que rápidamente a enviou para o Hospital. Veio cá a Venatória, mandou abater todos os cães e gatos, ganhamos bom dinheiro cães a um escudo, gatos a vinte e cinco tostões, eram mais difíceis de apanhar. Nem te digo nem te conto, quando chegou o Verão e o caudal desceu, só se viam cães e gatos amarrados ao pendulho, mas compreende que esse dinheiro deu para muitos rebuçados na Loja do Ti Mário Barrigudo. Quero que saibas ainda que, depois de ti, tenho tido muitos cães e a eles tenho batizado com o mesmo nome. Tem sido essa uma das formas de te recordar, mas nunca de te substitir porque tu não és substuível e, já agora, deixa lembrar-te que ainda tenho saudade dos coelhos que caçavas.
Nunca fui própriamente um caçador mas tendo comigo hoje, se vivesses, tinha sido de certeza.
Obrigado Jolim pela companhia e vigilância que fazias e pelas largas centenas de coelhos que juntos comemos que naquele tempo foi importantissimo. Obrigado meu Fiel amigo.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

ILUSÃO VITAMINADA DAS MINHAS MUITAS HISTÓRIAS VERIDÍCAS

CONSEGUI O QUE AMBICIONAVA: DISPÔR DE TEMPO PARA DIALOGAR COM O MEU RIO

Hoje que disponho de tempo, volto a rever-me a roubar as linhas de que minha Mãe precisa para nos remendar a roupa, apenas porque para mim fazer rede para os pardelhos, e emptar amarrar nos anzóis para as Espinhelas, é muito mais importante, mesmo sabendo que isso me vai custar levar muitas tareias. Voltar a roubar as canas da india à quinta da Seixinha, pescar ao escalo ao barbo e a todas as espécies de peixe que abundam no Douro , roubar a criva da farinha, para apanhar a Loira, mesmo que não volte a haver azeite, o sabor vai ser especial. Voltar a tirar os calções e atravessar o rio a nado para Midões apartir dos cinco anos, mesmo que saiba que o meu Pai e minha Mãe me vão esperar com medo que eu morra afogado e não ter dado atenção devida aos meus irmãos mais pequenos, significa que vai haver treino de cinto de vergasta ou corda, mas isso pouco me importa porque já estou malhadiço e a porrada não dói. O prazer é muito maior que o sofrimento provocado pelo castigo e até pode acontecedr que o S. Domingos interceda por mim e faça um milagre e eu por hoje escape e não leve.
Vou pegar no meu barco, içar a vela, remar na Várzea porque aqui o vento não dá. Vou voltar a roubar as uvas na quinta do Narciso, vou comer oaAtum a Bitetos, lançar a chumbeira em Alpendurada, roubar as couves e nabiças para fazer a sopa, cozinhar no areio da Seara e aguardar que a noite caia sobre o rio para voltar a deitar a Mugeira.
Está breve a nascer o dia, tenho de apressar a viagem e reduzir os lanços para que o Ronca me fique com o peixe muito antes que chegue o Rouxinol ou o Ti Mota e faça negócio primeiro que eu. Tenho em última estância tambem a ti Laura de Entre-os -Rios que pode ser que fique com mais algum peixes e finalmente a ti Olívia em Midões, vir a ficar com o resto. O sonho fantásticos destas discrições, são relatos de casos reiais no tempo.

Só que jamais e infelizmente voltarão a ser de novo realizáveis porque nem as barragens serão abertas nem os areais repostos mas, estas alucinações vão ser a ilusão da minha pura redalidade. Se não tiver seguidres esta arte de pescar, pelo menos que sirva de memória no futuro para que os vindouros saibam que Midões, Cancelos e Rio Mau, foram lugares onde os seus habitantes foram pescadores do rio, gente séria, humilde e trabalhadora que muito deram ao meu rio e muito pouco lhe pediram em troca . Se contra factos não existem argumentos e, a argumentação de alguns não serviu no passado nem servirá no presente e muito menos servirá no futuro, para que no manto que cobre o nosso rio não se mantenha a poluição e o matagal nas suas margens a obstruir os caminhos seculares utilizados por pescadores e barqueiros e muita outra gente que poderiam ser ainda agora de acesso aos pescadores sem que para isso fossem necessários grandes despesas. Também para que conste que o Lugar de Cancelos merecia e devia ter com o nome de Rua dos Pesacadores, uma forma simples e merecida de fazer perépetua referência aos nossos antepassados que sofreram o frio de dias e semanas, molhados até aos ossos a pescar no areio de Hortos a quem nem os pedregulhos soltos e escarpados da margem que calcarreavam, foram capzes de provocar desistências aoseu apego ao seu rio e às artes de pescar.

Rio Douro andava cheio.
E eu e o meu Barco que lá anda.
tenho os meus três amores
Dois são daqui
Um é da outra banda.

Perpétuando as suas memórias

PERPETUANDO AS SUAS MEMÒRIAS

Das muitas casas e pessoas existentes nos Lugares de Cancelos , Midões , Rio Mau e a Freguesia de Pedorido, poucas foram as pessoas que não foram pescadores, gente que apesar de tirar durante meses parte do seu sustento tinhamm forma própria de lhes agradecer.
O rio sabia e sabe que jamais alguém ousava maltratá-lo (tratavam-no com carinho não o poluindo). è a esta gente simples e amorosa que partilhava entre si as alegrias e amarguras da vida para quem o seu rio era sempre parte integrante deste convívio e confissões.
Tive o privilégio de conhecer muit0s deles chegando mesmo a pescar com alguns. Todos mereciam uma refrência especial, mas não seria possivel fazê-lo aqui mas se ainda tiver tempo procurarei faze-lo em trabalho mais pormenorizado.
O Guerguenteiro do Ti Jaquim Ferreira, homem perspicaz aquem fugiu uma enguia da rede no Castelo e foi pescá-la passado duas horas umas milhas muito acima não tendo dúvidas que era a mesma.
Do Tomáz Bichinhas que sendo um péssimo pescador de cana conseguiu a proeza de ir um dia pescar ao Carneiro. Quando puxou a cana, veio no enzol uns óculos e continuando a puxar passava na altura uma perdiz e a cana matou-a, caíu para tráz atrapalhado e esmagou um coelho na cama a dormir , deu-lhe semelhante volta à barriga que esteve toda a noite na sentina a cagar 480 bichas. Não dormiu nada nessa noite porque as contou.
O Agostinho Ferreira que deitava as cabaceiras no Carneiro disse que eram tantas as Bruxas que o barco não andava nem para cima nem para baixo, não havia corrente e não ventava , como ele possuído de medo não remava é mais que evidente que o barco teria de estar sempre no mesmo sitio. Contava que quando pescava com o Ti Armando Venâncio, dizia ele que boa chumbeirada está conhada deles, só que a chumbeira tinha ido parar a um campo de milho, o Ti Américo Rouxinol, Ti Abano, Gordinha, Rouxinol e tantos e tantos outros homens e mulheres.
Estes homens e mulheres viveram numa perfeita comunhão com a natureza, cujos hábitos herdei porque cresci com esta gente generosa. De há muitos anos a esta parte regressei ao meu cantinho, fui substituir o meu Pai no seu posto, homem que teve de emigrar para juntamente com sua esposa apoiar os meus quatro irmãos. Foi a pior coisa que lhe poderia acontecer ter de deixar aquilo que tanto amava. Não se ausentou muito tempo as suas presensas aqui eram frequentes e o seu querido rio sabia que ele nunca o abandonaria definitivamente. Felizmente que ainda regressei a tempo de o substituir, assim como ele tinha substitguído o meu Avô. Herdei o último Barco dele, bem como os pardelhos, mugeira e chumbeira, aliás todas os artefactos dessa saudosa pesca artesanal. Substitui o velho Barco por um exactamente igual, um Valboeiro. Concertei as velhas redes que jaziam abandonadas nos fundos da casa e embora já não fosse permitido pescar, ía matando a saúdade mantendo essa secular a tradição. O que pescava era para comer ou dar, mas um dia apareceu uma Brigada da Guarda Fiscal e aprendeu-me as velhas redes, o velho Valboeiro, as muitas e boas recordações de um tempo que passou mas permanece dentro de mim a viver como se tudo se tivesse passado ainda ontem.
O meu Pai e avó mereciam que alguém continuasse as artes do rio, mas reconheço que terminou um ciclo. É este o preço a pagar pela modernidade, não compreendendo todavia porque nascem os peixes e morrem sem que possam ser pescados dando assim de de comer a muita gente que infelizmente não tem pão para a boca. Não compreendo como pôde alguém deserdar-nos da pesca de tradições milenares reportadas aos tempos dos Fenícios primeiros navegadores deste rio. Não compreendo como se pode alterar e apagar a história com absurdas proibições que a nada nem a ninguém beneficiam. Não compreendo tanto cuidado com o abstracto e tanto desprezo pelas pessoas.
Há um silêncio grande, pesado aqui em Cancelos à beira do Douro. Só os fantasmas desses tempos navegam agora no rio. Quem me roubou o rio de antigamente; quem me tirou as redes, o barco e me matou a esperança!?
.

DAS FRAGAS DO VALE ESCURO FALANDO COM O RIO DOURO

RIO DOURO A MINHA ATRACÇÃO FATAL



Foram anos de enorme dificuldade para controlar a saudade nas inhas prolongadas ausências quando em terras de além mar não era viável me sentar numa das Janelas da minha casa, situada a umas escassas dezenas do meu Rio e saborear partilhar com ele os meus sonhos e pretensões a que ambicionava. Trocar opiniões e poder auto-criticar-me quando fosse caso disso sem me expor ao Tribunal público,viver e morrendo com ele a degradação e limitações que lhe impuseram em nome do progresso.
Esta nossa ausência de encontros deu aso a maior envelhecimento de ambos, mas deu-nos tambem uma maior solidez no nosso relacionamento.
Nos meus tempos de criança o Rio era abundante nos meses do Pescado de Sável e Lampreia em barcos Rebelos e Rabões e todo o transporte de mercadorias em toda a extensão do Rio eram feitos por estes barcos e pessoas. Tive a felicidade de nascer pescador e conheci os campos coloridos das batatas, feijões, couve nabiça e aboboras, os meninos e homens e mulheres de pé descalço, os caminhos junto ás margens de onde os barcos eram alados, as redes de pesca ao sável e lampreia, as cabaceiras, as chumbeiras, os aranhôs, os Alares, o barbal, a Mugeira, os pardelhos as redes de pesca ao barbo,enguia voga ou teínha. Caminhava devagar ao lado das margens, porque as pedras e os godos do areio e o lodo aqui e ali não nos permitiam apressar nem essse era o nosso desejo.Poderei não saber exprimir-me na perfeição mas era um mundo de sonho que se estendia para além do nosso olhar no seguimento das margens onde se destacam a Freguesia da Raiva, o tocar das Santissimas Trindades dos sinos das minhas Igrejas da Raiva e Sebolido e S. Domingos da Serra davam enorme alento. Os Choupes as Nogueiras e os Castanheiros, os batatais a Couve Nabiça e os Feijões. Gosto imenso das muitas cidades que passei e vivi, os países, dos rios e mares que conheci. Mas tudo é imcomparável. Na minha ausência e em nome do progresso em todas aquelas milhas de de autênticos paraísos retiraram muita coisa, Mas não tiraram porque ali ficaram e ali moram as memórias de todos quantos partilharam esta felicidade de serem e amarem o seu rio. Sempre que posso e façoõ de vez em quando vou no meu Barco rio abaixo rio acima os locais onde recordo memórias da minha infância e dos meus antepassados.

AS FRAGAS DO VALE ESCURO/ABITOREIRA

Naquele tempo em que as Caravanas ciganas se faziam transportar de um lado para o outro eram tantas as histórias que nos contavam dessa gente que nós miúdos, que não entendia-mos os drams desse povo, quando eles estivessem por perto viviamos aterrorizados.
Poucas ou nenhumas versões ouvi falar respeitante a esta Etnia que lhes desse um minímo de credibilidade no entanto reconheço-lhes o direito de pisar o chão do planeta. Perante isso era natural em nós crianças existir a ideia de que eram pessoas não gratas. Quem como nós tinhamos umas Fragas tão altas onde eles não tinham a possibilidade de nos poder atingir e, para que não acampassem era frequente pela nossaa parte o arremesso de pedras para eles não acamparem na maioria das vezes esse objectivo foi conseguido.
O melhor, para compreender esse tempo e a vida desse povo nómada é ler o conto sangue cigano do meu conterráneo Manuel Araújo da Cunha que com autorização e a devida vénia passo a editar:

"... SANGUE CIGANO "

A caravana serpenteou pela poeirenta estrada nas fraldas da serra da Boneca.
As carroças, puxadas por cavalos eram sete carregadas com os mais diversos utensílios que podem existir numa habitação e, sentadas por cima dos panais das tendas, seguiam as mulheres, umas ainda jovens, outras mais velhas segurando no colo crianças pequenas que baloiçavam ao sabor dos saltos que as irregularidades do caminho provocava nas molengonas. Ao lado com as rédeas dos animais presas nas mãos, caminhavam os homens e dois cães já velhos com aspecto de cansaço deitando fora da boca a língua seca pelo escaldante calor da tarde.
Uma lata acompanhada por diversos utensílios de cozinha pendurada num dos lados da carroça da frente, continha objectos que tilintavam e anunciavam distante a passagem da peregrina procissão.
Tinham atravessado a fronteira em Bragança vindos de remotas planícies espanholas numa sina pária, vagabunda que lhes lembra todos os dias que a pátria de um cigano é onde estão os seus pés. Estabeleceram-se em Vimioso depois de numa caminhada nómada e sem pressa obedecendo a milenares tradições permanecendo fiéis ao espírito livre do seu povo que os fazia cumprir uma espécie de judaica e errante maldição.
O último acampamento conhecido tinha sido, até à madrugada, o campo da feira em Penafiel mas tiveram de partir para poder sobreviver à habitual hostilidade dos seus hospedeiros. Ninguém quer ciganos por perto; os efeitos de perversas xenofobias hereditárias, prolongam-se de família em família e só a Régua no Douro, Vila Verde no Minho e Oliveira do Douro em Gaia, estabeleceram com eles um pacto de não agressão. Pobres ciganos, inocentes da maioria dos crimes de que são acusados, vão pagando de geração em geração o seu incondicional amor à liberdade.
A fila aparecia no alto a dobar a serra tendo pela frente um cenário maravilhoso que os havia de fazer parar lá ao fundo onde a mancha na paisagem é verde e o Douro corre serenamente. Montaram acampamento por baixo dos sobreiros que ensombravam uma zona plana à porta da taverna do Belmiro e adivinhava-se que ali iriam permanecer algum tempo ramificando os negócios pelas terras vizinhas. Veio a noite que desenhou os contornos das tendas montadas em círculo iluminadas com foscas luzes de lampiões a petróleo e, cá fora, havia já preparativos do ascender de fogueira.
Do meio do silêncio do sombrio lugar, começou a ouvir-se o trinar melancólico de uma guitarra espanhola. Palmas e sapateados anunciavam o principio da festa em quanto alguém com mestria dedilhava as cordas ao mesmo tempo que outro sacudia um pandeiro e um cantar dolente que fazia lembrar o vento a acariciar as desérticas planícies de Almería, enchia a noite de festa onde cá fora as mulheres vestidas de coloridos trajes, peça sobre peça, de castanholas batentes enfiadas no dedo polegar, outras agitando leques multicores, dançavam o flamengo transformando o ambiente como se sentissem em Sevilha, Córdova ou no bairro de La Mancha ou ainda em Úbeda ou Baeza aldeias brancas e solitárias rodeadas de olivais tão distantes daqui, exprimindo o espírito, a luta, o desespero, a esperança e o orgulho da raça Calé originária das terras difíceis de Sierra Nevada e toda a província Andaluza.
Ao redor da fogueira entretanto acesa, a dança era guerreira e mourisca antiga herança que os Sarracenos perseguidos deixaram no seu último reduto em Granada e só as mulheres evolucionavam na magia da contra luz que as labaredas produziam e ouviam-se olés em uníssono quando o tocador abafava repentinamente as cordas ao instrumento e só esses sons manuais repercutiam na noite. A voz masculina do esguio e trigueiro cigano, progredia pelas trevas dentro solta, carregada de mágoa, nostalgia e saudades das terras longínquas de Espanha que tinham abandonado há muito.

Que bonitos ojos tienes.

Debajo de esas dos cejas.
Debajo de esas dos cejas
Que bonitos ojos tienes.

Os acordes firmes e melódicos compassados pela mestria do toque da mão do tocador no tampo do instrumento, atraíram o Ramiro que veio ao encontro da improvisada serenata como se seduzido pelo som harmonioso que um vento nocturno lhe fez chegar aos ouvidos.

Ellos me quieren mirar.
Pero si tu no los dejas.
Pero si tu no los dejas.
Ni siquiera parpadear.

Cada vez mais se acentuava o entusiasmo da festa e até o próprio Ramiro, infringindo a rigidez do ritual, já bailava com Vera Lúcia uma das jovens e decerto a mais bela das ciganas do acampamento numa intimidade tal que fazia crer que os dois, já se conheciam desde o princípio da vida.

Malagueña salerosa.
Besar tus lábios quisira.
Besar tus lábios quisira.
Y dicirte niña hermosa.
Que eres linda y hechicera.

Ao fundo da tenda central, Leandro o velho patriarca assistia à dança preocupado enquanto a neta trocava olhares comprometedores com o jovem intruso que parecia fascinado com semelhante visão.

Si por pobre me desprecias.
Yo te concedo razón.
Yo te concedo razón.
Si por pobre me desprecias.
Yo no ofrezco riquezas.
Te oferezco mi corazón.
Te oferezco mi corazón.
A cambio de mi pobreza.

Ramiro já entregava o coração a troco só de um olhar da linda cigana e pouco ou nada haveria a fazer para parar a súbita afeição que nascera ali, a noite apadrinhava e prometia ir crescendo ao longo da dança pagã até se tornar perigosa. A guitarra ia marcando o compasso e a voz do cigano trigueiro era a mágoa feita cantiga no tremer das cordas vocais que prolongavam o fatalismo dos versos e enfeitavam ainda mais aquela maravilhosa noitada de sonho.
Malagueña salerosa.

Besar tus labios quisira.
Besar tus labios quisiera.
Y dicirte niña hermosa.
Que eras linda y hechiera.
Que eras linda e hechiera.
Como el candor de una rosa…

Ele deixou-se prender no amor de um momento por uma cigana morena de cabelos pretos e longos com uma flor de papel espetada, presos por uma fita vermelha e arrecadas douradas a pender em cascata das graciosas orelhas que o olhava na afeição de uns olhos tão brilhantes e negros como as mais negras e belas noites de Andaluzia, desconhecendo a tirania da lei a quem Vera Lúcia jurara obedecer.
Na manhã do outro dia debaixo do sobreiral fumegava ainda a fogueira que aqueceu a festa mas o acampamento tinha partido logo ao alvorecer levado pela nómada caravana que serpenteava lá longe nos caminhos da serra das flores. O velho nómada accionara a sua condição de chefe e patriarca e antes que o ardor do sangue cigano da neta evoluísse até provocar mortes, deu ordem de partir cedo e para longe onde se escoasse para sempre o fogo daquela já maldita paixão. Ramiro chegou ao ser dia ao sobreiral em busca da mulher que o enfeitiçara e prendera e deparou com a solidão e abandono do sítio onde pela primeira vez se deixou encantar. Não viu sequer partir a caravana que levou a sua amada e mesmo hoje não sabe se ela é viva ou se é morta ou anda ainda vagabunda pelo mundo fora e, se lá longe, muito longe, o tenta agora esquecer como ele a recorda agora.

Extraído do livro, Dourointeiro de Manuel Araújo da Cunha


O PUTO DO MEIO DO RIO

Naquele dia 23 de Janeiro de 1943, num dia invernoso nascia uma criança do sexo masculino e que de acordo com o registo de assento de casamento apenas teria seis meses e meio. Nada teria de importante este pequeno pormenor, porque o meu Pai comeu e assumiu não fosse ter durado mais de 50 anos a tentativa dele querer dizer que as coisas já íam bastante adiantadas. Sempre dizia que eu tinha uma Lua a menos nunca lhe tinha perguntado o que pretendia dizer com isso até que um belo dia quando ele já se encontrava em fase terminal da doença cancerosa que o vitimou ter sido necesssário uma Certidão para eles de acento de casamento. Foi então que ao ler a mesma me apercebi que tinham casado pelo civil em Julho do ano anterior e eu tinha nascido em Janeiro.
Chegado a casa disse-lhe que pelo tempo de nascimento eu tinha a menos mais que uma Lua, foi para ele uma enorme alegria, ao invés da minha Mãe que não gostou nada do que tinha acabado de ouvir, mas depois até gostou e deu para umas gargalhadas. Mas voltando aos dias que se seguiram ao meu nascimento foram dias de enorme dificuldade já que o tempo de gravidez tinha sido difícil e o parto não foi muito fácil. Valeu a sabedoria da Senhora que assistia aos partos. Uma senhora sem formação de Enfermagem mas que com o trabalhar das mãos fazia autênticos milagres. Tive a felicidade de ainda a poder conhecer era uma Senhora fabulosa. Esteja onde estiver obrigado por me ter feito viver.
Estavamos em plena Segunda Guerra Mundial as dificuldades eram enormissimas, os trabalhos não abundavam e o meu Pai que tinha em tempos sido Rachador de Lenha ( Machado que ainda hoje conservo ) tinha enorme dificuldade em arranjar trabalho. Mas como trabalhador que sempre foi durante toda a vida recuperou logo que chegou o Mês de Fevereiro com a pesca do Sável e da Lampreia. Recuperou monetáriamente e com o dinheiro ganho compraram uma casa em Cancelos terra que fica em frente de Midões apenas separada pelo Rio Douro mas a comunicação entre as duas populações eram diárias até porque tinham a possibilidade de se comunicarem falando de uma margem para a outra.
Com o findar da Guerra em 1945 aparecia o meu Irmão Joaquim e para complicar ainda mais as coisas, a inquilina que habitava a casa que compramos em Cancelos resolveu não a deixar e assim ainda tivemos de estar dois anos para o conseguir e valeu a minha Mãe ter conseguido arranjar-lhe uma casa em Sebolido e pagar-lhe dezoito meses de renda. Em conformidade com a lei desse tempo assistia-lhe esse direito. Se o a cima exposto já deveria chegar. A dificultar ainda mais as coisas veio uma Doença grave ao meu Pai que o impediu de trabalhar durante oito meses.
Passamos a habitar em Cancelos mas o contacto com Midões era frequente viviam aí os Familiares do lado da minha Mãde, se antes era frequente ficar em Cancelos em casa dos meus avós paternos para possibilitar a minha Mãe pescar, depois invertiam-se , ficava em casa das minhas Tias já que por volta dos 4 anos a minha avó Mãe Chica falecera.

O COMEÇO DE UMA LONGA HISTÓRIA

Deveriam-me ter recebido normalmente os miúdos de Cancelos, pois era frequente a minha presença cá no Lugar, mas ao terem conhecimento da minha mudança para a casa do Tapado do Coelho em definitivo e até talvez pelo facto do Tono Pires aqui ter nascido, dificulou imenso a minha integração.
Começaram por me aquecer o corpo todos os dias, recebiam-me muito mal, e o desprezo era total. Durou algum tempo esta situação mas pouco tempo depois eu já me tinha imposto e em alguns casos até tinha conseguido virar o feitiço contra o feiticeiro.
Consegui impor-me e aos miúdos e miúdas que eram muitos naquele tempo e qual deles o mais traquina, não lhes restou outra alternativa se não a de me terem de aceitar. Cedo comecei a ser mentor do Grupo.
Devo confessar que não fui um bom Mentor nem o poderia ser pois os mais v elhos que eu não eram boas recomendações.

A MOVIMENTAÇÃO:

Práticamente todo o Transporte de Mercadorias e Vinhos eram feitos pelos Barcos Rebelos e Rabões, o que nos permitia ouvir muita gente. Nos meses da Pesca ao Sável e Lampreia juntavam grande número de homens e mulheres que juntos diziam as mais variadas asneiras, o que nos permitia ouvir e a ter um conhecimento acima da média. A muita caça que existia nas Fragas e em que os Caçadores que nos visitavam nos pagavam para arremessar-mos pedras para as perdizes levantarem permitam-nos ter unas tostões para uns rebuçados e outras coisas mais.

ENTRADA NA ESCOLA

Deveria ter entrado como qualquer miúdo, mas cedo foram avisar a professora que iriam entrar 2 miúdos que não seriam nada fáceis de controlar.
Quando entrei fui logo privilegiado pela Professoara teve a preocupação de não colocar nenhum miúdo ao meu lado esse lugar ao meu lado ficaria reservado para o Fifas um miúdo que era um exemplo pela negativa como eu. Veio uns dias depois do início das aulas. Mas o lugar era cativo. Ela se bem o pensou melhor o fez e para impôr o respeito ainda não tinha passado meia hora e o Amadeu começou a falar, ela arremessou a régua do meu lado com tanta força que a mesma partiu ao meio. Veio logo o primeiero treino a seguir. Bateu mais a mim do que a ele pois segundo ela eu era mais culpado porque era mais velho na Escola. Estava aberto um ciclo que se iria manter até há quarta classe e o mesmo aconteceria com a Catequese, esta por outras razões e a falta de incentivo que semprer tive no que toca a religiosidade. A partir daqui era frequente fugir da Escola, facilitado ainda porque as Janelas não tinham vidros.Tivemos muitos dias de passar fome negra, porque se eu fosse a casa comer chovia. Por sorte minha o Fifas tinha o Irmão Velhilho, que era um pouco mais velho que nós e que tambem ele fugia constantemente, a Mãe deles a Ti Rosa deixava-lhes o comer até que um belo dia fomos experimentar se dava para entrar pela Trapeira (Chaminé ) conseguimos e a partir daqui eu comia o comer do Venhinho e as coisas melhoraram e muito.Por volta dos oito anos de idade e com medo da tareia do eu Pai decidi ficar fora de noite. No tempo em que toda a gente tinha medo de andar depois das Santissimas Trindades, o medo da Porrada tirava-me o outro medo os meus Pai acompanhados de toda a gente andava -me procurando, estava escondido na casa velha do porco do Ti Manel Guerra e só quando jurou por duas vezes a gritar pela alma do Avô dele que me não batia eu apareci.
OS CIGANOS ERAMOS NÓS