segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Lago, Riacho, Rio e Mar - Continuação


Pedir compreensão por vezes não nos fica nada mal e muito menos nos desprestigia. Vem isto a propósito da conversa que ontem Domingo mantivemos. Enviei a mesma com bastantes erros, em grande parte este lapso de apanhar com os dedos mais que uma tecla por ter os dedos bastante grossos, motivado pelo treino dos remos. Ontem ventava bastante e como sabes exigia um maior aperto. Também sabes que tenho bastante limitações em manusear o computador e por vezes não tenho a sabedoria para desprender o teclado. Mas o importante é que com estas limitações nos possamos continuar a comunicar e desta comunicação dar conhecimento a quem possa ainda ter pachorra para nos ler.
Mas ontem quando falava do Riacho que passa há minha porta em Nogueira da Regedoura, não referi que se ,me delicio a ver correr a água agora bem mais limpa, não tive tempo de citar que é graças a ti que vivo esta paixão e que onde correr água me sinto bem. Também te falei do nosso amigo e apenas referi o nome Mário, mas é de inteira justiço que acrescente o Teixeira. Mas se te disser que foi o que me levou a roubar as Abóboras, os Pêssegos e o Cravos á Ti Maria Zé a Catequista e que era a responsável por enfeitar na Igreja Matriz de Sebolido o Altar da Senhora de Lurdes, aquela em que o Atoleiro de Sandálias foi buscar a França, já não terás dúvidas em saber de quem se trata e te lembrar a berraria que eu fazia por estar a ser treinado pelo meu Pai e minha Mãe que tiveram em tempo de fome de pagar vinte e cinco e croas, mas que ela apesar dos meus oito anos não lhes perdoou, apesar de ser solteirona e viver desafogada. Mas compreende já vai da sorte.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O Simão e Quedas/Ambiente - Rio Mau e Sebolido

MEU QUERIDO E BOM AMIGO DOURO, hoje vou juntar duas figuras Tipícas com quem tivemos a sorte de poder conviver e partilhar com eles alguns bons momentos, daquele que irei falar em primeiro, recordo inúmero momentos inesquecíveis. Sem medo de poder errar e os meus outros bons e puros amigos que me perdoem, mas este foi sem dúvida o maior de todos. Já lá vão cerca de cinquenta anos desde que um estúpido acidente de trabalho o vitimou. Encontrava-se ele a pintar o exterior de um Edifício e a cerca de metro e meio num café em Penafiel e onde há bem pouco tempo falei com o engraixador de sapatos que ainda se lá encontra a trabalhar e que assistiu ao acontecimento e relatou como como tudo aconteceu. É um personagem que nunca foi esquecido com o passar dos anos e basta que em Sebolido se fale do Quedas para saberem de quem se trata, em Rio Mau para a mesma pessoa ser identificada é só lembrar a alcunha porque era conhecido «o Ambiente». Tive a sorte de ele me ter convidado para irmos para a Banda Musical de Rio Mau aprender música, acedi prontamente como sempre o fazia, trouxe pouco depois um Irmão meu e como nunca faltava levei mais tarde o Fifas. Ficamos maravilhados com a ideia, pois éramos os primeiros de Sebolido a fazê-lo, quem não gostou seguidamente de nos ver lá, foram as gentes da Freguesia, principalmente os de Cancelos, pois na despedida que fazíamos há porta da Ti Teresa Costureira, o tocar dos instrumentos provocavam um barulho infernal: Era o tempo da Campanera do José Lito que estava em Voga e nós com Trompetes e Clarinetes quando regressávamos dos ensaios está tudo dito. Fui forçado a desistir porque fui trabalhar para as minas bem como o Fifas,e o meu irmão foi forçado a desistir para ir continuar a aprender para a Banda do Pejão para lá poder trabalhar. O Ambiente - (Quedas) a morte roubou-lhe a oportunidade de ser músico e no dia em que foi o seu Funeral, era a data marcada para ir tirar a medida da farda. Foi tamanho o respeito que tinha granjeado que os responsáveis mandaram seis músicos para tocarem no Funeral, não chegaram a tocar mas porque a hora foi antecipada e quando chegaram o funeral já se tinha realizado. Era uns anos mais velho que eu, mas sempre tive o apoio dele incondicionalmente, valeu-me inúmeras vezes e ajudou-me a resolver algumas situações bastante complicadas, cheguei mesmo a ficar vários dias seguidos em casa dele. Era uma pessoa revoltada, mas inteligentissimo. Um belo dia e para dar resposta a alguns Senhores de Sebolido que pensavam que o Dinheiro e Terrenos só por si compravam e impunham tudo, e só por si lhes dava um direito de serem tratados de forma diferente para a obrigatoriedade de serem tratados de forma diferente. Para lhes dar uma resposta apropriada: Colocou no selim da sua habitual bicicleta de corrida uma nota de Mil Escudos e escreveu a seguinte frase: Se o dinheiro é só por si merece tratamento de senhoria Senhoria (Ora Viva Senhora Importância). De entre muitas outras, também foi dele e engendroca de numa vela noite de luar no Tanque em Junçadelo nos cobrir de Branco com Lençóis ensaboar as beiras do tanque e bater palmas e com risadas a imitar as ditas Bruxas, para que o Ti Luis Luntra apanhasse um susto e não nos espreitasse, foi tal o susto que apanhou que se borrou todo e jamais regressava depois do toque do recolher obrigatório ou seja o bater das Santíssimas Trindades. não cabe aqui as inúmeras histórias dignas de registo em que o envolve, mas espero ainda poder registá-las em outro local. Estejas onde estiveres obrigado por me teres tido como Amigo. A segunda figura : é-me tremendamente difícil falar dele porque se trata de uma pessoa que muito amei. Começou logo na Escola a destacar-se; era diferente. Frequentou a Escola em Sebolido, logo aqui deixou vincados que era um homem de paixões, entrou para a primeira classe, apaixonou-se por ela e mantevesse na mesma calçasse durante cinco anos, veio mais tarde a aprender a escrever o seu nome. Amigo Douro ele era filho e tinha um Irmão, eram verdadeiros, dedicados e apaixonados Pescadores, mas herdou essa paixão. Quando a Tasca do Mário,do Pereira e Tenente de Midões, quando elas fecharam era um ferrinho em Sebolido na Tasca do Ti Cunha e depois no Belmiro, onde um destes dias me foi dada a conhecer uma fotografia onde estavam lá todos e apenas só hoje um ainda vive. Quando era Solteiro não tinha muita habilidade mas gostava de arrastar a asa com as raparigas. Não era lá muito bem correspondido, se calhar por falta de dom de palavra. Mas se calhar já um pouco cansado da vida de solteiro,num belo dia vindo das Fontaínhas Raiva passou por Oirais andava lá nos campos uma raparigota ganhou coragem dirigiu-se a ela em vez de lhe pedir namoro pediu-lhe casamento, o que ela logo aceitou. Combinaram um dia para pouco depois então falar com o Pai Canastro. De acordo com o combinado lá foi no dia e hora marcada chegou e pediu-a em casamento só que em vez da que tinha pedido estava lá uma irmã que ficou estupefacta e não conseguiu responder, começaram a combinar tudo para o casamento só que entretanto chegou a que ele tinha falado e mandou parar dizendo a quem ele pediu em casamento e aceitei fui eu e como tal sou eu que vou casar com ele . Foi um alívio para a irmã que sempre ficou solteira. Era um mulher que nem ou melhor nunca conheceu o Dinheiro o meu Ti Tio não era pessoa dada a muito esforço de trabalho, encostado ao Irmão lá foi andando como Barqueiro primeiro nos Rabões de Queiró e Carqueja do Ti Anastácio das Fontaínhas, mais tarde encostado ao Irmão Irmão nos Rabões da Carbonífera do Douro. Casou e foi viver para Gondarém, os filhos começaram a aparecer as dificuldades a aumentar, os Pais viviam com o Irmão que lhe tinham dado a casa, mas como as coisas não davam certo então combinaram para ele ir para Cancelos olhava pelos Pais e a casa seria dele. Como ele não conseguia trabalhar nos Barcos e na Pesca, como era Advertência meses havia que não ganha praticamente tostão,. valeu-lhe que veio também viver uma Tia que tinha uma filha deficiente chamada Barrota, que andava a pedir Esmola e que vinha sempre carregada diariamente. Assim foi sendo que a fome menor e o que o irmão lhes dava,atenuava imenso. Tinha outro Irmão o Muge, mas era pessoa sem pingo de Amor ou Solidariedade, antes era um conflituoso constante com os familiares pelo domínio que a mulher exercia sobre ele, já que em solteiro tinha sido amoroso e ajudava.Foi um sujeito que prejudicou imenso toda a família. Haviam mais três Irmãs, uma ajudava o que podia as outras duas eram ainda mais pobres. Este enfrentou todas estas adversidades sempre com um alheamento total, pois a sua boa disposição e humildade eram constantes e contagiosas . Tornou-se numa figura marcadamente castiça e assim morreu com a Boina o Bigodito, o casaco comprido cheio de Cebo e o Cigarro Fortes de mortalha ao canto da boca. Sempre se alimentou mal bebia uns copos de tornou-se muito cedo dependente. Mas mesmo dependente e sem grandes forças foi sempre uma pessoa respeitadora, afável e muito amorosa. Era adorado pelo Irmão e Cunhada e quando cresceram os filhos destes principalmente pelos dois mais velhos que sempre que passavam por ele lhe davam uma notita. Teve um fim de sofrimento dramático, como aliás era de prever motivados pela sua dependência, um dia já muito debilitado e internado num hospital pediu aos filhos que a melhor prenda que lhe podiam dar era uma garrafita. não resistiram e lá lhe satisfizeram o desejo. Poucos dias antes de ele falecer estive com ele dei-lhe uma nota foi comprar uma garrafa de vinho . Bebeu-a seguida e saía por baixo já não continha. Desabafou com o Ti Abel : foi a melhor pinga de Vinho que bebi em toda a minha vida. Foi a melhor e a última pouco depois faleceu no Hospital. Pelo Amor que sempre lhe tivemos nós sobrinhos não poderia deixar de recordar e ajudar a perpetuar a sua memória. Sei que consta em livro o seu nome e isso enche-me de felicidade. Obrigado meu TIO SIMÃO esteja onde estiver descanse em paz porque bem o merece pela vida árdua que sempre teve de dificuldades permanentes. O Bom Simão partiu primeiro que o Esposa Irmão e Cunhada, mas estes sempre continuaram a apoiar e ajudar a Lete e quando morreram os seus Filhos continuaram a ajudar e quando ela já estava cega de uma vista e via muito pouco da outra demos dinheiro e metemos um soalho novo para que nada de mal lhe acontecesse já que o velho estava cheio de buracos. Quando ela partiu acabou uma forte motivação que tínhamos era uma Tia que sempre tivemos enorme satisfação em a visitar e esteja ela também onde estiver que descanse em paz. Bem o merece porque teve uma vida que soube suportar todas elas cheia de tremendas dificuldades e pobreza extrema. Obrigada Tia Lete.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

As Voltas das Pontes Dourto e Tejo

Amigo vou falar-te das Pontes de Entre-os- Rios Douro das de Lisboa Tejo.
A quando da Queda da Ponte em Entre -os -Rios que originou mais de meia centena de mortos, todos nós chegamos a pensar que as suas perdas ficariam em parte compensadas por um melhoramento no acesso das Gentes das suas Freguesias. Puro engano. Apressadamente foram feitos estudos e tomadas decisões para que assim tudo parecesse uma compensação apropriada. Há muitos e muitos anos que sabíamos que um dia a tragédia poderia vir a acontecer, bastava ler documentos da época para ter conhecimento que não foi possivel concluír os trabalhos do Pegão por as condições de trabalho não o permitirem. Já em 1909 data da maior cheia que o Douro suportou, estiveram as tropas prontas para cortar o patamar da Ponte, o que só não aconteceu porque o teu caudal Amigo começou ao baixar e o perigo de inundação de Entre-os Rios e Torrão deixou de existir, apesar de não ter faltado muito. Mas contava o meu Avó homem natural da Freguesia do Torrão que diziam na ocasião que não valia a pena esse trabalho de cortar porque se o caudal subisse até ao tabuleiro com ancoramento das árvores e a prisão das águas, o Pilar não aguentaria e como tal a Ponte caíria por si própria.
Acompanhei o Directo das Televisões: foi marcante ter conhecimento da tragédia e do número de vitimas, principalmente para aqueles que como eu conhecia e já tinha convivido e trabalhado com alguns deles. Para quem andasse distraído e a ouvir discursos belos, poderia acreditar que aquelas vidas não teriam sido perdidas em vão e uma forma de perpetuar as suas memórias e aliviar o sofrimento dos seus familiares e conterraneos, seriam os melhoramentos que tal tragédia traria, com um melhor acesso a essas Freguesias. Há muitos e muitos anos que Sebolido, Rio Mau, Melres, Pedorido e Raiva reinvindicam uma ligação entre as duas margens pela construção de uma Ponte, uma vez que prometeram construir uma nova Ponte e fazer mais uma de novo , nada mais natural esperar que uma delas viesse a ser nestas Freguesias que delas necessitavam como do pão para comer. (Sonho Imaginativo) para aumentar as dificuldades ainda deixaram acabar a travessia de barca que se fazia de Pedoprido Rio Mau e vice -versa.Hoje quem se encontrar em Rio Mau e tiver necessidade de se deslocar em frente a Pedorido tem no minímo de andar de carro 30 Km . Mas como ousa dizer-se que quando a Esmola é grande o pobre desconfia e na verdade o que veio a acontecer foi implantar uma ao lado da outra como a vigiaar-se e a quem como eu que por vezes as utilizo ou é da minha curta visão, ou então estou certo e não encontro uma justificação viável. A não ser a de mais vale parecê-lo de que sê-lo. Perderam uma boa oportunidade de poderem servir minimamented as populações destas duas margens. Mas já vai da sorte.
Amigo Douro! Infelizmente também o nosso Amigo e teu irmão Tejo tem os seus problemas. Se não vejamos: A ponte que actualmente se chama 25 de Abril, começaria por ser a ponte sobre o Tejo,posteriormente Ponte Salazar. A outra que eu muito recentemente conheci chama-se Vasco da Gama. Quando muita gente se interroga porque uma delas não se chama Bartolomeu Dias, ou uma ter ambos os nomes destes dois Ilustres Navegadores, a exemplo da Ponte da Barragem Levcer/Crestuma. Mas a Lisboa que eu durante anos vivi conheci e amei um destes próximos anos passará a Chamar-se em vez de Maria Lisboa, A Lisboa das Pontes. Porque sempre que falam em grandes pontes no Tejo é de Lisboa não sei para onde e de onde para Lisboa. Quanto aos nossos dois Ilustres Navegadores: como sabes nutro por eles uma enorme admiração, em primeiro porque conheço as suas façanhas, depois porque naveguei em rotas anteriormente navegadas por eles e para quem como Marinheiro da Marinha de Guerra Portuguesa teve o privilégio de embarcar nos navios com os seus nomes só pode orgulhar-se por issso. Mas se Vasco da Gama no dia 8 de Julho de 1497 partiu de Belem com 3 navios e um barco de carga e 180 homens e chega a Calcutá India em 1498. Bartolomeu Dias que descobriu e contornou o Cabo da Boa Esperança, só foi autorizado seguir viagem até Cavo Verde, caindo na desgraça do Rei, por não ter tido conseguido dominar um Motim a Bordo do seu Barco. Mas por todo os seus feitos históricos deveria ter no tempo presente a devido referência a que tem direito por mérito próprio.
Não é nem nunca será fácil falar-se de coisas de casos ou de Homens Nobres, que foram e são marcos históricos dos nossos descobrimentos e como tal merecem o nosso maior respeito e consideração, mas que em devido tempo não tiveram o tratamento igual, que deveria e mereciam ter tido.

A quando da queda Ponte em Entre-os-Rios onde Gente séria e humilde conterraneos meus pagaram com as próprias vidas um erro humano que eles nunca tinham contrbuído minimnamednmte. Basta recuar no tempo e consultar relatos da época para fácilmente nso aperceber-mos que nessa data não lhes foi possivel fazer o trabalho com maior perfeição, mas que ficou o alerta que aquele Pegão ficaria um tanto ao quanto inseguro. Teriam se calhar e se lhe fosse dada a oportunidade decidir aos aNaufragos desse trágico dia que a forma de compensar em parte a perda das suas vidas seria a construção de uma Ponte onde fosse wreferida a citada data, mas próximo das suas Freguesia a exemplo Raiva e Sebolido, para que essas gentes podessem desfrutar de um minímo de condições de acessibilidade entre margens. Apressadamente optaram por duas Pontes muito provávelmente para se poderem vigiarem. Transito amiudadas vezes por ambas e ainda não percebi o porquê de não ter sido construído uma delas na Freguesia de Rio Mau/Pedorido. Se calhar por a minha tacanhês não me permitir ver mais longe. Não dúvido amigo Douro que se ela tivesse sido aqui construídas, só teriamos ganho com isso. Mas não fiques triste porque infelizmente o teu irmão Rio Tejo tambem tem sido neste sentido muito discriminado. Adoro Lisboa, pelos muitos anos que lá vivi, gosto do Tejo e tenho para com ele todo o respeito,mas ele que comprenda que semprfe que se fala em mais uma Ponte ela vai sempre de Lisboa não sei para onde e vem não sei de onde p+ara tal sigtío em Lisboa. As pontes em Lisboa a atribuição dos nomes normalmente começam envoltas em polémicas. Se não vejanmos: A primeira seria sobre o Tejo, depois Salazar, por fim 25 de Abril. è um nome de que não questiono, já que tambem dei a minha contribuição para que podesse ter acontecido. Mas!??? . A segunda veio a chamar-se Vasco da Gama. Muita gente questionou o porquê sómente Vasco da Gama e não foi acrescentado o nome de Bartolomeu Dias. Sinceramente que a mim muito me honra estes dois exemplos navegadores marcos importantissimos das nossas Odiceias e como é evidente todo o Homem do Mar e teve o privilégios ded passar por esses Mares como marinheiro da nossa Querida Marinha de Guerra Portuguesa (A BRIOSA)se honra de os ter como Camaradas Marinheiros. Mas se Vasco da Gama

domingo, 12 de outubro de 2008

Empresa Carbonifera do Douro ;Uma Lição de Vida Mineiros: O Exemplo do Mineiro Sebastião

Amigo como sabes hoje é Domingo está um dia invernoso, como tal convidativo a estar por casa e de vez em quando dar uma espreitadela pela janela e alegrar-me por ver a chuva a cai´r no teu leito e assim as tuas águas se tornarem mais limpidas. bom é concerteza foi fácil notares a minha presença, apesar de ter as Janelas fechadas para não entrar a chuva, foi quando comecei a desfolhar vários exemplares da Revista o Mensário do Pessoal das Minas do Pejão "O PEJÃO", foi maravilhoso passados todos estes anos relembrar coisas que vivi e que algumas já contam mais de cinquenta. Tive mesmo a oportunidade de rever coisas e pessoas que fizeram parte do meu e teu dia a dia. Seria cometer uma tremenda injustiça da minha parte se escondesse não ter tido por vezes uma enorme triteza quaqndo via pessoas , barcos, areais e outras coisas mais que já desapareceram. Mas a v ida é mesmo assim e por muito que nos custe temos de nos capacitar que umas são motivadas pela incapoacidade do ser humano, outras a lei da própria natuireza. Mas realisticamente tenho de confessar porque sou um Puto das Crivas que fui para lá com 14 anos que tive assim a oportunidade de conhecer imensdos homens das Freguesias circunvizinhas, Raiva, Pedorido Rio Mau, Melres, Canelas, Casterlo de Paiva , Cinfães do Douro e tantos e tantos outros que no dia de hoje recordar toda esta gente e que apesar do trabalho árduo e das condições arriscadas que se trabalhava, eramos uma famiçlia em que havia uma franca e sá Camaradagem. Parti mas levei comigo a saudade e durante todos estes anos primo por manter bem presente a grata recordação desses tempos. Sendo verdade aquilo que contta um dos exemplares quando um Jovem se dirige aos Escritórios e lhe perguntam se ele sabe jogar á bola ou se é músico, ele responde que não. Então é-lhe dito que a melhor forma para ele é arranjar trabalho noutroi local, porque na Empresa quem não fosde músico ou jogador de bola ti nha ppoucas hoipótese de singrar. Verdade que eram bastante priviligiadfos, mas quem fosse inteligente tinha a sua hipótese e em comparação com o ytrasbalho e tratamento que até aos dias de hgoje se utiliza em outras Empresas, a forma como eramos tratrados dignamenmte ainda hoje leva muitos anos de avanço. Eramos tratados como seres humanos e isso tinha uma valor acrescentado. Tambem de rato das Crivas passei a Toupeira e lá me ,mantive como tal um ano e pico, até que que parti para a Armada.
Amigo Rio uma história que me impressionou e que não rsisti em a transcrever pela importância e actualidade qued ainda mantem nos dias de hoje e vou fazedr chegar este transcrito há Associação de Alcoólicos Recuperados de Santa Maria da Feira e Outras Associacões como da Beira, da Madeira ou Tratados da Maia.
O Alcoolismo de "O Mineiro Sebastião"
Com as caras ainda mascarradas de carvão,um grupo de mineiros encontrava-se no refeitório das minas, quando se ouviu uma sonora gargalhada e um deles a chamar a atênção dos companheiros para o Sebastião, veterano conhecido por todosx como excelente camarada que era o mais excelente bebedor de álcool.
Os outros mineirosriram tambem a bandeiras despregadas. E havia de quê na verdade, pois o Sebastião estava a beber leite!
Passados uns bons momentos de sonora hilariedade em que só o Sebastião não se riu, os camaradas deste assediaram-no com perguntas e dichotes, não compreendendo o que se passava com o seu companheirode trabalho e de tabernas, mal que saíam ao fim da tarde, das profundidades da mina e afloravamá luz do Sol. O costume era saírem do escuro da mina para entrarem no negroi antro de uma taberna,dedpois noutra e mais noutra, até que, da última saíam cambaleantes e aturdidos para entrarem então em suas casas. E isto só porque mais tabernas não encontravam no caminho!
Os mineiros que se sentiram ofendidos com o facto do seu colegas, em vez de vi nho ou qualquer bebida bem alcoolizada, estivesse bebendo leite! Era uma espécie de de afronta aos seus hábitos, há maneira de ser daqueles homens rudes e sem crença, além da, errada crença é claro, que só o álcool dá energia, e, como eles precisavam de forças para o seu pesado mister, vá de beber sem conta nem medida, transformando em álcool o que deveria ser pão, para elesw e seus filhos.
E de tal modo assediaram com perguntas o veterano Sebastião, que este lhes disse;
- Parem lá com esses dichotes, que eu estou bebendo leite e continuarei a fazê-lo, mesmo que vocês se riam até estoirarem e vou dizer-vos a razão.
Há semanas, a minha velha (a velha é a minha mulher) adoeceu e acamou. Os meus catraios (filhos pequenos na gíria do Sebastião) ficaram çpor lá abandonados, famintos e sujos. A casa era um horror de poorcaria, pois a minha Filomena não se podia mexer. E ela, coitada, sem gter quem a tratasse, ia de mal a pior. Eu indiferente continuava a emborracar-me como vocês, gastando a "massa" que ganhava, e como o vinho me faz sempre quezilento, quando chegava a casa e a catraiada me pedia pão, espancava-os e, ás vezes até à velha, quando esta da cama, me conjurava a não bater nos filhos.
E as coisas assim andaram, até que um dia, ao chegar ao pardieiro, julguei-me mais borracho do que nunca, pois vi panelas fervendo ao lume, os filhos limpos , a casa varrida e ropupas num,a corda a secarem. Até a velhota parecia melhor, os olhos muito brilhantes, sossegada, sem os gemidfos de dor a que já me tinha habituado,
Ainda estava mudo de espanto, quando vejo um asenhora ainda bastante nova, com um amplo avental branco cobrindo-a de alto a baixo, que me dedu as boas noites muito afávelmente, acredscentando:
Queira sentar-se, Sr. Sebastião , que dentro de dois minutos vou servir-lhe o jantar e aos pequenos,
Ora, se eu já estava mudo de espanto ao ver o arranjo em que a min ha espelunca se encontrva, mais mudo fiquei quando vi aquela fidalga a dizer que me ia servir o jantar e aos miudos. sSim, vocês já imaginaram a cara dum homem nun caso destes!
Eu já não estava habituado a comer à noite em casa, mas sentei-me. A fidalga estendeu uma toalha muito branca, pôs uma colheres e uns garfitos na medsa e trouxe uma panela de suculento caldo. Serviu-nos a todos e comemos com farto apetite, de modo que a fidalga tornou a encher as malgas e todos voltaram a cvomer com a mesma satisafação.
Eu via a alegria estampada nazs caras dos garotos e mais contentes ficaram quando a dama , que só depois percebi que nera uma freira, trouxe do lume um tachoa com conduto, cujo cheiro só por si já fazias crescer água na boca. Escusado, será dizer-se que teve ainda maior sucesso do que o valdo...
Mas nao é tudo. Eu andava com uma tosse horrivel, que parecia querer-me rebentar o peito. Pois a fidalga no fim do jantar, deu-me lá uma droguyita que trazia dentro de uma maleta e eu passei uma noite sossegado, quase sem tosse. A «patroa» tambem dormiu, de modo que acordei bem disposto como nunca. No ougtro dia repetiu-sed a cena mas desta vez já entrei em casa com o casquete na mão e dei as boas noites à freirinha, que respondeu com os bons modos que sempre usava. Nesse dia só tinha bebido dois ou três co+pitos, mas estava com medo horrivel da senhora dar pelo cheiro. Mas como dentro da mina a tosse me voltara a senhora disse-me:
Senhor Sebastião, desculpe-me por favor, mas enquanto beber, essa medpo.lha tosse não deixará de o atormentar. Julgo que o senhor precisava era tomar .leite em vez de álcool.
Rapazes, ao ouvir isto apesar do respeito que eu sentia por aquela mulher, deu-me vontade de lhe torcer o pescosço, mas logo ela, parecendo adivinhar o meu pensamento, acrescentou muito docemente:
Amanhã o Dr. fulano , que ytem vindo ver a sua mulher, virá à hora da sua chegada da mina e consultá-lo-á também. Vai ver, se seguir os conselhos do doutor, que melhora rápidamente e sentirá novas forças.
E foi por estas razão que abandonei a vossa companhiaao sair da mina e que vos não tenho acom+panhado ás tabernas. Logo no dia seguinte ao desta conversa saí mais cedo e corri para casa, sem beber um único trago. Para dizer a verdae ía até envergon hado comigo mesmo pela minha fuga, por aquilo que se me afigurava uma fraqueza e uma traição aos amigos, mas a verdae é que não queria cheirar a álcool, nem ao doutor nem à freirinha.
A casa , cçlaro estava um mimo, a minha Filomena já sentadinha numa cadeira, com a catraiada, muito sossegada ,à volta dela e a «fidalga» a cuidar da ceia poara a «malta».
Daí a pouco chegou o médico, mandou-se sair a garotada e então auscultou a patroa, mostrou~se muito contente e perorou:Graças a Ddeus e aos cuidados desta santa que a tem tratado com tanto carinho a suamulher esdtá salva. Mais uns dias e tudo ficará em ordem. E agora vamos ver como anda esse fisíco, sr. Serbastião. Tirei o casaco , desabotoei a camisa e o médico fez-me uma auscultação muito muito minuciosa. Nem foi preeciso mandar-me tossir, porquanto tossir tossia eu e muito. Aquilo já nemera tosse: eram uivos como os lobois nos montes. Depois palpou-me o figado e os intestinos e sentenciou:
-Se o sr. quer criar a sua pequenada, terá de deixar-se do álcool. A mortew espreita-o ded çpedrto, mas o sr. Sebastião pode ainda durfar muitos anos e com saúde, se quiser. Lá «boa construção» tem, isso stem, mas de nada lhe valerá se a sua ali,mentação continuar tendo por base o álcool. Precisa ded beber só água ou leite.
- Levantei-me de um salto e berrei: a água e leite? E como hei-de eu trabalhar, não me dirá? A freira ao ouvir-me veio muito solicíta ed com aqaudela docde mansidão que eu já lhe conhecia, disse-me:
Sr. Sebastião, por favor, oiça o sr. doutor. Este ainda não acabou de falar e certamente lhe vai prescrever uma alimentação sadia, sim, mas que lhe perimita trabalhar, para poder sustentar o ranchinho de filhos que Deus lhe confiou. E voltando-se ppara o Doutor, a boa freira acrescentou:
-Efectivamednte, não quero que deixe de se alimentar, pçretendo sómente que poare com o álcool.Sentia-me arrazado e estava a pontos de um novo grito de revolta, quando a minha Filomena, também mjuito meigamente, falou:
Promete sim, senhor doutor, o meu Sebastião é muito bom e amigo dos filhos; só faz disparates quando bebe com os camaradas da mina, mas ele promete, ele promete. A freirinha então acrescentou:
Eu vou rezar ao Senhor para que lhe dê coragem para resistir ás más tentações e Deus há-de ouvir-me, não em atenção à minha humilde pessoa, mass a estas criancinhas. Ao jantar já não provedi álcool, tomei uma tisana que a santa freirinha me preparou e passei outra noite relativamente sossegado.
No outro dia comecei a medicar-me seguindo as prescrições do doutor e aqui estou.
Forças tenho-as como nunca, mas se alguém tem dúvidas, que se levante, que eu cá estou para o atender.
Ninguem se mexeu, nem deu uma palavra, qued o Sebastião, todos sabiam, era de respeito. Hoje muito tedmpo volvido, é um dos que mais rendimedntlo tira da minade ... e a mulher a sua Filomena, como ele diz, traz a casa e os filçhos em condições de arranjo como nunca. O Sebastião hoje é um homem cheio de felicidade,bem clomo os restantes intervenientes que muito se orgulham dele.
Amigo a mim proporcionou-me um bem estar indiscritível. Passados todos estes anos este Testemunho tem tudol aquilo a que se pode ambibicionar para que quem chega com vontyade de se tratar o faça com uma certa facilidade do sucesso. Tem tudo o que de mais essencial se necessita. A determinação do Doente Sebastião que assumiu a sua determinação perante o ditos Camaradas de copos e soube exigir-lhe que o repetassem porque qaueria mudar de vida. A ajuda de uma pessoa fundamente que conseguiu a confiança do Sebastião a prova de Confiança da Esposa Filomena e port fim a total disposição de seguir escrupulosamente a medicação receitada peloMédico.
Amigo Douro permite-me esta confidência mas como Abstinente à 22 anos e Monitor da Associação de Alcoólicops Recu+perados de sanata Maria da Feira, identifico-me totalmente com este trabalho. N~ºao tive a sorte de conhecer o Sebastião, mas esteja onde estiver por ter dasdo a oportunidade de ser possível fazer este relato obrigado e descansa em paz. è ao termos conhecimentos de testemunhos com esta força que mais nos sentimos na obrigação de partilhar as nossa experiências : Ajudar para ser ajudado.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

CANCELOS/SEBOLIDO PENAFIEL

MEU QUERIDO E BOM AMIGO RIO DOURO, hoje vou juntar duas figuras Tipícas com quem tivemos a sorte de poder conviver e partilhar com eles alguns bons momentos, daquele que irei falar em primeiro, recordo inúmero momentos inesqueciveis. Sem medo de poder errar e os meus outros bons e puros amigos que me perdoem, mas este foi sem dúvida o maior de todos. Já lá vão cerca de cinquenta anos desde que um estúpido acidente de trabalho o vitimou. Encontrava-se ele a pintar o exterior de um Edifício e a cerca de metro e meio num café em Penafiel e onde há bem pouco tempo falei com o engraixador de sapatos que ainda se lá encontra a trabalhar e que assistiu ao acontecimento e relatou como como tudo aconteceu.
É um personagem que nunca foi esquecido com o passar dos anos e basta que em Sebolido se fale do Quedas para saberem de quem se trata, em Rio Mau para a mesma pessoa ser identificada é só lembrar a alcunha porque era conhecido «o Ambiente». Tive a sorte de ele me ter convidado para irmos para a Banda Musical de Rio Mau aprender música, acedi prontamednte como sempre o fazia, trouxe pouco depois um Irmão meu e como nunca faltava levei mais tarde o Fifas. Ficamos maravilhados com a ideia, pois eramos os primeiros de Sebolido a fazê-lo, quem não gostou seguidamente de nos ver lá, fzoram as gentes da Fregueisa, principalmente os de Cancelos, pois na despedida que faziamos há porta da Ti Teresa Costureira, o tocar dos instrumentos provocavam um barulho infernal: Era o tempo da Campanera do José Lito que estava em Voga e nós com Trompetes e Clarinetes quando regressavamos dos ensaios está tudo dito.
Fui forçado a desistir porque fui trabalhar para as minas bem como o Fifas,e o meu irmão foi forçado a desistir para ir continuar a aprender para a Banda do Pejão para lá poder trabalhar. O Ambiente - (Quedas) a morte roubou-lhe a oportunidade de ser músico e no dia em que foi o seu Funeral, era a data marcada para ir tirar a medida da farda. Foi tamanho o respeito que tinha granjeado que os responsáveis mandaram seis músicos para tocarem no Funeral, não chegaram a tocar mas portque a hora foi anticipada e quando chegaram o funeral já se tinha realizado. Era uns anos mais velho que eu, mas sempre tive o apoio dele incondicionalmente, valeu-me inúmneras vezes e ajudou-me a resolver algumas situações basstante complicadas, cheguei mesmo a ficar vários dias seguidos em casa dele. Era uma pessoa revoltada, mas inteligentissimo. Um belo dia e para dar resposta a alguns Senhores de Sebolido que pensavam que o Dinheiro e Terrenos só por si compravam e impunham tudo, e só por si lhes dava um direito de serem tratados de forma diferente para a obrigatoriedade de serem tratados de forma diferente. Para lhes dar uma resposta apropriada: Colocou no selim da sua habitual bicicleta de corrida uma nota de Mil Escudos e escreveu a seguinte frase: Se o dinheiro é só por si merece tratamento de senhoria Senhoria (Ora Viva Senhora Importância). De entre muitas outras, também foi dele e engendroca de numa vela noite de luar no Tanque em Junçadelo nos cobrir de Branco com Lencois ensaboar as beiras do tanque e bater palmas e com risadas a imitar as ditas Bruxas, para que o Ti Luis Luntra apanhasse um susto e não nos espreitasse, foi tal o susto que apanhou que se burrou todo e jamais regressava depois do toque do recolher obrigatório ou seja o bater das Santissimas Trindades. não cabe aqui as inúmeras histórias dignas de registo em que o envolve, mas espero ainda poder registá-las em outro local. Estejas onde estiveres obrigado por me teres tido como Amigo.
A segunda figura : é-me tremendamente difícil falar dele porque se trata de uma pessoa que muito amei. Começou logo na Escola a destacar-se; era diferente. Frequentou a Escola em Sebolido, logo aqui deixou vincados que era um homem de paixões, entrou para a primeira classe, apaixonou-se por ela e mantevesse na mesma clçasse durante cinco anos, veio mais tarde a aprender a escrever o seu nome. Amigo Douro ele era filho e tinha um Irmão, eram verdadeiros, dedicados e apaixonados Pescadores, mas herdou essa paixão. Quando a Tasca do Mário,do Pereira e Tenente de Midões, quando elas fecharam era um ferrinho em Sebolido na Tasca do Ti Cunha e depois no Belmiro, onded um destes dias me foi dada a conhecer uma fotografia onde estavam lá todos e apenas só hoje um ainda vive. Quando era Solteiro não tinha muita habilidade mas gostava de arrasstar a asa com as raparigas. Não era lá muito bem correspondido, se calhar por falta de dom de palavra. Masa se calhar já um pouco cansado da vida de solteiro,num belo dia vindo das Fontaínha Raiva passou por Oirais andava ´lá nos campos uma raparigota ganhou coragem dirigiu-se a ela em vez de lhe pedir namoro pediu-lhe casamento, o que ela logo aceitou. Combinaram um dia para pouco depois então falar com o Pai Canastro. De acordo com o combinado lá foi no dia e hora marcada chegou e pediu-a em casamento só que em vez da que tinha pedido estava lá uma irmã que ficou estupefacta e não conseguiu responder, começaram a combinar tudo para o casamento só que entretanto chegou a que ele tinha falado e mandou parar. Dizendo. A quem ele pediu em casamento e aceitei fui eu e como tal sou eu que vou casar com ele . Foi um alívio para a irmã que sempre ficou solteira. Era um mulher que nem ou melhor nunca conheceu o Dinheiro o meu Ti Tio não era pessoa dada a muito esforço de trabalho, encostado ao Irmão lá foi andando como Barqueiro primeiro nos Rabões de Queiró e Carqueja do Ti Anastácio das Fontaínhas, mais tarde encostado ao Irmão Irmão nos Rabões da Carbonifera do Dourlo. Casou e foi viver ppara Gondarem, os filhos começaram a aparecer as dificuldades a aumentar, os Pais viviam com o Irmão que lhe tinham dado a casa, mas como as coisas não davam certo então com,binaram para ele ir para Cancelos olhva pelos Pais e a casa seria dele. Como ele não conseguía trabalhar nos Barcos e na Pesca, ccomo era Adventência meses havia que não ganha práticamente tostão,. valeu-lhe que veio também viver uma Tia que tinha uma filha deficiente chamada Barrota, que andava a pedir Esmola e que vinha sempre carregada diáriamente. Assim foi sendo que a fome menor e o que o irmão lhes dava,atenuava imenso. Tinha outro Irmão o Muge, mas era pessoa sem pingo de Amor ou Solidariedade, antes era um conflituoso constante com os familiares pelo domínio quue a mulher exercia sobre ele, já que em solteiro tinha sido amoroso e ajudava.Foi um sujeito que prejudicou eimenmso toda a familia. Haviam mais três Irmãs, uma ajudava o que podia as outras duas eram ainda mais pobres. Este enfrentou todas estas adversidades sempre com um alheamento total, pois a sua boa diusposiç
ão e humildade eram constantes e contagiosas . Tornou-se numa figura marcadamente castiça e assim morreu com a Boina o Bigodito, o casaco comprido cheio de Cebo e o Cigarro Fortes de mortalha ao canto da boca. Sempre se alimentou
mal bebia uns copos de tornou-se muito cedo dependente. Mas mesmo dependente e sem grandes forças foi sempre uma pessoa respeitadora, afável e muito amorosa. Era adorado pelo Irmão e Cunhada e quando cresceram os filhos destes principalmente pelos dois mais velhos que sempre que passavam por ele lhe davam uma notita. Teve um fim de sofrimento dramático, como aliás era de prever motivados pela sua dependência, um dia já muito debilitado e internado num hospital pediu aos filhos que a melhor prenda que lhe podiam dar era uma garrafita. não resistiram e lá lhe satisfizeram o desejo. Poucos dias antes de ele falecer estive com ele dei-lhe uma nota foi comprar uma garrafa de vinho . Bebou-a seguida e saía por baixo já não continha. Desabafou com o Ti Abel : foi a melhor pinga de Vinho que bebi em toda a minha vida. Foi a melhor e a última pouco depois faleceu no Hospital. Pelo Amor que sempre lhe tivemos nós sobrinhos não poderia deixar de recordar e ajudar a perpetuar a sua memória. Sei que consta em livro o seu nome e isso enche-me de felicidade. Obrigado meu TIO SIMÃO esteja onde estiver descanse em paz porque bem o merece pela vida árdua que sempre teve de dificuldades permanentes. O Bom Simão partiu primeiro que o Esposa Irmão e Cun hada, mas estes sempre continuaram a apoiar e ajuda a Lete e quando morream os saeus Filhos contnuaram a ajudar e quando ela já estava cega de uma vista e via muito pouco da poutra demos dinheiro e metemos um soalho novo para que nada de mal lhe acontecesse já que o velho estava cheio de buracos. Quando ela partiu acabou uma forte motivação que tinhamos era uma Tia que sempre tivemos enorme satisfação em a visitar e esteja ela tambem onde estiver que descanse em paz. Bem o merece porque teve uma vida que soube suportar todas elacheia de tremendas dificuldades e pobreza extrema. Obrigada Tia Lete.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Não Tenho Tudo O Que Amo, Mas Amo Tudo O Que Tenho

Não Tenho Tudo O Que Amo, Mas Amo Tudo O Que Tenho
Rio Douro, Midões, Cancelos e Marinha, os Meus Grandes Amores, Sebolido e Nogueira da Regedoura as minhas Paixões.
Convicções do Autor:

ACALENTAÇÃO:
Acalentei desde criança o sonho de um dia poder ter a capacidade de deixar para as gerações vindouras testemunhos que sempre pensei ser de extrema utilidade. Histórias e Vidas destas gentes hospitaleiras que perduram eternamente no meu coração
Provam que nunca foram os coitadinhos da silva, mas gentes que tinham uma fontes infinita de onde corriam o amor e carinho vindos do seu coração. A todos eles estejam onde estiverem o meu bem hajam e o meu reconhecimento eterno.
Pelo que as muitas e boas razões que sempre existiram e hoje ainda mais se justificam, quando muito daqueles que as viveram já partiram, outros em que o seu percurso normal de vida se aproxima do fim e ou as suas memórias começam a esquecer.
Mas é deste Baú de recordações que irei procurar ainda salvaguardar o tudo que for possível. Porque não conhecer acontecimentos importantes, mas também a importância da realidade e acima de tudo a disponibilidade para o fazerem
Assim não deixar desaparecer tão rica dos putos dessa geração maravilha (a chamada 5ª coluna)dos putos, os adolescentes e adultos que em tempos de enorme crise nacional criada pela tacanhez e incapacidade do Estado Novo, que em tempo de fome nos obrigasse a engendrar imaginação e dedicação.
Parte dos factos citados se calhar só aconteceram, porque perante os acontecimentos nós nos divorciávamos das adversidades da vida. Ou porque não sabíamos ou porque seria o mais aconselhável, e esta indefinição tirava o raciocínio mental e que provocava muitas vezes essa asofia motivando um viver que por vezes chegava a ser quase infernal.
Motivos para a boa disposição tinha um preço muito alto e raramente aconteciam porque depois de um ou vários dias de trabalho árduo, ganhando uma ninharia que pouco mais dava que para comprar um pequeno naco de pão, chegar a casa, ouvir os filhos gritando que tinham fome, para um bom pai era uma situação quase dramática, que mais dramático se tornava ainda para as Mães porque normalmente acabavam por pagar as favas. Para nós pescadores a vida tornava-se ainda mais complicada nos meses de inverno, porque o nosso rio nesses meses fechava a peixaria e nem uma cabeça de peixe se pescava, para nos dificultar ainda mais a vida era não se poder ir há lenha da serra, pois a lenha molhada e carregada há cabeça carregados que nem moiros e trazia-se meio boteno.
Texto da Autoria do Valdemar (Ferreira “ O MARINHEIRO”
Andralina ( nome fictício) Relato de acontecimento verídico.

(O CORDÃO)
Desde criança que foi criada com os seus avós maternos e seus Tios, dispensaram-lhe o amor e carinho que era possível naquela época. Era filha de mãe solteira, já que o Pai o Jigueiro nunca o assumiu, mas a Mãe porque a vida não lhe proporcionou um mínimo de condições pelo que nunca a levou a viver com ela, para dificultar mais as coisas veio depois uma outra irmã e que o Palhas mesmo sabendo ser o Pai e porque era casado nunca o assumiu. Foi crescendo com o apoio de alguns, mas sempre teve um tio seu que desde criança lhe dedicava uma atenção especial. Pescava com os seus avós e tio, foi crescendo o seu azar como o de muitos outros é ter crescido, pois a sua humildade e seriedade eram inquestionáveis. Ambicionava casar e casou, aspiração comum a qualquer rapariga desse tempo. Continuou a desfrutar de total liberdade de se movimentar livremente em casa desse seu tio, conhecia os esconderijos onde as poucas coisas existentes importantes eram metidas em esconderijo (Na cozinha debaixo de um papel ), era das poucas que conhecia o segredo, mas a confiança que em si depositavam era tal que era impensável questionar a sua seriedade. Puro engano. Entre essas coisas a mais valiosa era um cordão em oiro que vinha da avó) . Sempre os seus Tios e os seus Primos acreditaram que tal falta de seriedade só teve lugar motivada pelo desespero de querer dar de comer aos filhos e não ter, porque as condições que lhe eram impostas pelo marido eram más de mais para serem aceitáveis. Nesse tempo recorrer a pessoas que se faziam passar por ter um poder divino para adivinhar, os bruxos e curandeiros, foi um ver se te avias e com é evidente tudo isto trouxe despesas acrescidas em tempo de fome.. Disse a Ti Maria Pinta ( a Serralheira) que tinha a certeza que o ouro não tinha atravessado água(o rio) e que quem roubou não era de longe, o mesmo disse o ex-padre António de Valongo que pelo facto de ter ficado invisual muito novo teve de abandonar o sacerdócio. . Se foi graças a eles ou não que o roubo veio a ser descoberto, jamais se poderá provar, coincidência ou não as previsões vieram a confirmar-se. Enquanto não se descobriu quem roubou os/as alcobiteiras começaram de imediato a fazerem circular os boatos que o Marido da Dona o teria vendido para andar na Putaria e para beber copos. A um desses que teve o descaramento de lhe dizer de cara a cara e que não era verdade , a reacção só não teve um fim trágico, porque a caçadeira de carregar pela boca encravou. Como se já não fosse suficiente a perda, mais ainda quando o cordão era herança da Visavô da Elisa da Presa.
Foram tempos imensamente difíceis, tudo se procura na tentativa de pelo menos se descobrir a verdade. Como os Bruxos e Curandeiros não apresentavam resultados práticos a Ti Elisa que era uma devota do Santíssimo Sacramento da Igreja da Raiva, ofereceu mil Escudos se o Cordão aparecesse. Um belo dia ela voltou a roubar umas roupas a uma vizinha e em sinal de desnorte colocou-as no arame a secar, facilmente foi identificada e assim acabou por confessar o furto que tinha feito aos tios. A primeira reacção ainda foi a de tribunal, mas por compaixão acabaram por desistir. Como não tinham dinheiro entregaram o Cordão para cumprimento da promessa, pediram para aguardarem que quando lhes fossem possível lá iriam pagar e trazer o cordão relíquia de estimação familiar. Quando lá foram já era tarde de mais, já tinha sido. Foi uma perda de valor incalculável e que jamais foi esquecida esse desgosto pela sua perda. Mas quando se tem bom coração mais tarde ou mais cedo acaba-se por perdoar a quem se quer bem, Foi o que aconteceu a vida dela que foi curta foi de um sofrimento enorme, terminou os seus dias com um sofrimento horrível motivado pela doença incurável que a vitimou. Teve sempre o permanente acompanhamento desse seu tio que lhe continuou a querer como se fosse sua própria filha. Estejas onde estiveres descansa em paz, porque os teus Tios lesados sempre te continuaram a querer bem e cedo te desculparam, não duvidando que as razões que te levaram acto, foram razões muito fortes e por amor aos teus filhos . Por todos nós que somos filhos dos lesados também estás perdoada.

HISTÓRIA: A Garrafa d´gua Afinal Continha Lixívia Pura
São por estas e outras histórias por mim vividas que este amor Perdura
Ricas histórias vividas neste Lugar de Cancelos esta ocorreu ao fundo das hoje chamadas Escadas do Pedregal e muitas outras todas a partir deste recanto único do Tapado Coelho, totalmente ignorado por grande parte da população da Freguesia e muito em especial pelos responsáveis autárquicos que nunca se dignaram a cá virem. Mas como costuma dizer-se que os actos ficam sempre com quem os pratica.Foi durante séculos a presa de cima do Tapado do Coelho, que nós três proprietários dos terrenos envolventes temos direito a utilizar a água que aí nasce em partes iguais, como era-mos obrigados a dar passagem a quem lá tivesse em tempos de ir buscar água.Dispõe Cancelos e há mais de setenta anos de uma fonte com mina e um tanque mina essa que foi feita pelo então Presidente da Junta o Luís Barraca e de entre outros teve como ajudante Abílio Jigueiro que lá trabalhou como moço. Houve a necessidade de substituir a fonte que antes existia por baixo da agora existente que normalmente secava durante o verão e ficava imersa no Inverno quando o caudal do rio subia um pouco mais. Nessas ocasiões o Povo de Cancelos apenas tinha água das Presas do citado Tapado. Este tapado e ,localizado no terreno que o Guerra herdou existem 4 presas sendo que um debaixo é a meias comigo.Mas desta fonte também existem histórias pitorescas e que poderiam ter tido um fim trágico, mas tudo acabou em bem e durante estas décadas tem servido quando contadas para rirem principalmente pelos envolvidos. A actual fonte no verão deitava muito pouco água, por tal motivo os canecos eram mais que muitos na bicha, quando nós miúdos lá passava -mos não nos davam água se o fizessem andava-mos sempre a beber por goluzisse. Num desses dias vinha queimado de sede pedi para me deixarem beber mas não abriram excepções. Quando cheguei à Barreira chegava ao mesmo tempo descendo da casa dele o Tono Pombas com uma Garrafa branca e cheia de uma bebida branca, perguntei-lhe se era água, respondeu-me que sim e que estava fresquinha, perguntei-lhe se me dava uma pinga disse-me que sim e rapidamente entregou-me a garrafa, ainda lhe perguntei se era mesmo água e ele prontamente entregou-me a garrafa, bebi uma grande estarraçada e ele todo contente a rir-se, só que quando tirei a garrafa não conseguia nem vomitar nem tão pouco respirar, perante toda esta cena ele continuava a rir-se achando imensa piada, enquanto eu lutava desesperadamente e cada vez com maior dificuldade. Foi bom para o tratante que se divertir imenso. Porque ele sabia que me tinha dado era Lixívia. Mas ainda hoje acredito que ele não fazia a menor ideia do mal que me estava a causar e os perigos que corria. Mas lá me safei e a coisa passou ainda hoje ele se diverte com isso enquanto eu continuo a não achar muita piada, por me recordar a cena, porque me ocorre as enormes dificuldades porque passei. Mesmo assim amigo obrigado pela bebida. Sem ela a história não tinha acontecido.
Terminada no dia 6 de Outubro de 2008

O INSEPARÁVEL E INESQUECÍVEL JOLIM
Olá Fiel e Inseparável Amigo l Desde sempre te soubemos recordar e perpetuar, mas vou assumir o compromisso solene de falar um pouco mais de ti e ter a ousadia de passar a escrito tudo aquilo que tenho dito imensas vezes verbalmente. Talvez se eu te pedisse uma opinião preferirias continuar a optar pelo sofrimento em silêncio, irias com certeza preferir que não te desse a conhecer. Mas sabes que no tempo em que te deixaram viver tiveste de todos nós aqui em casa um tratamento digno. Tenho uma responsabilidade acrescida, por ter sido eu a escolher-te de entre 16 a ti ao teu irmão e uma tua irmã . Irmã essa que morreu pouco tempo depois e o teu irmão foi dado ao Wilson Rouxinol de Rio Mau que passado pouco tempo o vendeu a uns caçadores de Avintes e ele acabou por morrer algum tempo depois. Sabes que aquele acto tresloucado na pedra vinte foi um. acto irreflectido misturado com muita vaidade e o mais certo acompanhado de um copito de vinho a mais.,Encontro-me várias vezes com o Monteiro que era o Barqueiro e ele fala-me sempre de ti e recorda esse acontecimento. Foi em boa hora que te escolhi a ti de entre vários irmãos teus e que te retirei da tua mãe Menda para te meter na Lira que te alimentou. Não nos era possível alimentar a todos porque eram 16 na totalidade. Por essa ocasião muitas vezes tínhamos de comer a sopa sem azeite. Quando tudo aconteceu tinhas três meses e meio . Era impensável acreditar que tu conseguirias chegar a casa naquelas condições lastimáveis. Foste um herói porque naquelas condições sobreviver 13 dias e tão ferido ainda seguir chegar a casa não te foi fácil . O tratamento que te fizemos quando tiramos os chumbos com a barrela da cinza funcionou, ou melhor teria de funcionar porque naquele tempo não havia mais nada . Já lá vão mais de 50 ano que nos deixas-te , ele vai a caminho dos quinze, o Luis Guerra que comigo te tratou já morreu também. Resto eu e o António Monteiro que era o Barqueiro da Marca trinta, falamos várias vezes e repetimos o acontecimento. O Caixote que serviu para te meter lá dentro para que tivesses um funeral digno já desapareceu há muitos anos assim como o Pinheiro que o Quim lá Plantou, junto há tua sepultura secou, mas o lugar onde foste sepultado continua bem presente vou lá muitas vezes, acredita que sempre que lá vou te recordo. Procuro ter esse local sempre limpo. A quem nós queremos não conseguimos esquecer e eu como todos nós queríamos-te muito. Já agora quero informar-te que havia pouco tempo ainda que tinhas partido, e que a Rosa Jiqueira foi mordida por um animal que estava raivoso, valeu-lhe o empenho do teu Patrão Agostinho que rapidamente a enviou para o Hospital de Santo António no Porto. De seguida veio cá a Venatória, mandou abater todos os cães e gatos. Ganhamos com isso bom dinheiro!... Cães a um escudo gatos a vinte e cinco tostões eram mais pequenos, mas muito mais difíceis de apanhar. Foi difícil arranjar tantas cordas, para lhe o dar o nó de correr (esganado) e amarrar o pendulho. Nem te digo nem te conto quando chegou o Verão e o caudal desceu só se viam cães e gatos amarrados ao pendulho, mas compreende que esse dinheiro deu para muitos rebuçados na Loja do Ti Mário Barrigudo, do Ti Cunha e do Ti Vitorino. Já pedi várias vezes desculpa ao nosso Rio , aproveito agora para te pedir a ti. Era criança e foi uma ordem. Quero que saibas ainda que tenho tido muitos cães, a muitos deles tenho-lhes atribuído o nome que era e é pertença tua. Ainda tenho mais duas histórias uma da Ovelha Rita da minha Avô que era ruim como ela a outra de um Burro, já para não te falar dos Bifes do Hipopótamo, mas destas falarei mais a diante. Tenho imensas saudade dos Coelhos que apanhavas com a boca , os que mantinhas na cama e que muitas vezes foi fácil matá-los com o pau, e ainda daqueles que lhe levavas ao cano da espingarda e ele que sempre teve uma péssima pontaria falhava muitos, mas acertava noutros, o que permitia caçar cerca de 150 por ano em tempo de fome conseguias arranjar este sustento precioso. Nunca fui Caçador porque não gosto de armas, mas se te tivessem deixado viver se calhar até tinha sido. Como vigia as portas ficavam abertas e nós descansados porque tu mantinhas a segurança. Como brincalhão eras maravilhoso. Obrigado Jolim . Obrigado meu Fiel amigo.

ILUSÃO VITAMINADA DAS MINHAS MUITAS VIA HISTÓRIAS VERIDÍCAS
CONSEGUI O QUE AMBICIONAVA DISPÔR DE TEMPO PARA DIALOGAR COM O MEU RIOAmigo sabes melhor que ninguém . Ao saberes podes testemunhar, porque defender a verdade é um dever que se impõe, mesmo que isso nos venha a causar incompreensões e por vezes até corte de relações. Naqueles que não olham a meios para alcançarem fins. Como sabes entre nós nunca houve divórcio, que durante muitos anos existiu apenas a minha ausência física. Em inúmeras vezes te visitei ,e na minha memória nem por um instante foste desviado, como tal sei que posso contar contigo incondicionalmente. Também te habituei a ser homem de causas e não de casos, de convicções fortes e quando me apaixono essa paixão é eterna. Amigo devo uma grande parte daquilo que fui e sou em boa parte a ti, como tal permite-me que te agradeça, faço-o para que conste. Desfrutamos de uma enorme piscina de água limpa, que permite a quem o desejar e desde que cumpra com as regras elementares, poderem deliciar-se e desfrutar do teu leito, bem como das areias limpas em certos locais das tuas águas margens. Se noutros tempos as areias eram produzidas pelas correntes , onde nos era permitido fazer a praia em grandes extensões, basta apenas a exemplo citar o Areio Dórts, assim como os parques e os campos de desporto. Não nos foi oferecida esta dádiva com a intenção de um dia te virmos a agradecer. mas permite que te possamos elogiar com verdade todos os bens intencionados, porque graças a ti nos foi possível desfrutar deste laser de enorme valor . Vais continuar a nos proporcionar e peço-te que aos vindouros, mesmo que a irresponsabilidade de alguns te vão levando a sofrer imenso na tentativa de um dia acabar contigo, mas vais saber resistir porque tu és indestrutível. Força meu querido Rio Douro Amigo. Como seria de inteira i justiça tratar o boi por nome e não mudar-lhe o nome há entrada do matadouro. Acredito piamente parte da felicidade de que tenho desfrutado em toda a minha vida, em parte te devo companheiro. Como é bom poder constar que os anos passam, mas os amigos ficam e que em tempo algum mesmo quando sentimos o coração destroçado, tem lá sempre uma lugar cativo para quem queremos e amamos.. Quando se é amigo de verdade, esse amor perdura para lá da nossa muito provavelmente existência. Acredito que este era o único sitio onde poderia ter acontecido o meu nascimento. A vida que escolhi levou-me a ter de estar distante fisicamente durante alguns anos, mas sempre que te falava e confidenciava mentalmente, sentia a tua resposta de incentivo, por isso não estranha que sempre estivesse – mos tão aconchegados e será esta a principal razão para a minha constante troca de opiniões de opiniões. Mas vou aproveitar para te revelar uma inconfidência e só o faço porque em condições algumas sei que te embandeires em arco. Como sabes nos muitos anos que estive na Marinha de Guerra, onde fui Cabo Radarista, foram muitos os momentos que vivi em cima das águas do Rio Tejo, mas para não me desviar nessas histórias vou revelar-te a que mais me custou. Um dia estava fundeado ao largo no Tejo, fui receber o ordenado de Grumete como já tinha tido conta na cantina recebi cinquenta escudos. Tinha um porta Moedas que lhe chamávamos a coisa da Vaca, meti o dinheiro lá dentro e meti-o no bolso da camisa, regressei ao trabalho que era o de pintar a ponte, caiu-me as águas estavas limpíssimas o que me permitiu acompanhá-lo para desesperou meu durante muito tempo, foram várias as vezes que me ocorreu lançar-me á água para o apanhar, mas lembrava-me dos remoinhos e que se o fizesse não tinha hipótese de salvamento. Foi horrível ficar teso um mês inteiro. Não culpo o rio porque não a teve culpo-me a mim porque não tomei as devidas precauções, isto era tão simples, bastava apertar o botão. Sempre te disse que acreditava vir um dia estar novamente junto a ti. Esperava tê-lo feito mais cedo mas a vida de trabalho e o empenho para dar uma formação académica ás minhas duas filhas levaram-me a ter de trabalhar até ao limite. Mas agora disponho de tempo novamente e pretendo voltar somente no meu imaginário porque se me fosse possível fazê-lo na realidade não o aceitaria porque a minha vida de criança foi tão vivida e cheia de felicidade ,que se hoje voltasse a esse tempo de criança seria de certeza infeliz se me fosse dado a conhecer o meu passado. Como tal é com enorme satisfação que vou recordar o meu passado. Começo por voltar a ver-me a roubar as linhas de que a minha Mãe precisa para nos remendar a roupa, só porque para mim fazer rede para os pardelhos, e para amarrar os enzóis para as Espinhelas é mais importante, mesmo sabendo que isso me vai custar levar muitas tareias, voltar a roubar as canas da Índia à quinta da Seixinha, pescar ao escalo ao barbo e a todo o resto, roubar a criva da Farinha, para apanhar a Loira, mesmo que não volte a haver azeite para as fritar mas que o sabor vai ser especial, voltar a tirar os calções e atravessar o rio a nadar para Midões a partir dos cinco anos, mesmo que saiba que o meu Pai e minha Mãe me vão esperar com medo que eu morra afogado e por tal motivo não ter olhado pelos meus irmãos mais novos, vai haver treino de cinto de vergasta ou corda, mas isso pouco importa porque já estou malhadiço e a porrada não dói, o prazer é muito maior que o sofrimento da tareia e até pode acontecer que o S.Domingos faça milagre para atender a uma promessa e eu por hoje escape e não leve . Vou pegar no barco içar a vela, remar na Varzea porque aí o vento não cai, voltar a roubar as uvas na quinta do Narciso, ir comer o Atum a Bitetos, lançar a Chumbeira em Alpendurada, Roubar a Couves e Nabiças para fazer a sopa para nós os quatro pescadores de peixe miúdo e cozinhar no Areio da Seara e aguardar que a noite caia para voltar a deitar a Mugeira a noite passa depressa está para chegar o dia temos de nos apressar reduzir os lanços para que o Ronca me fique com o Peixe antes que chegue o Rouxinol ou o meu Tio Mota ,vender em primeiro também há ti Laura em Entre-os -Rios fique com mais algum para finalmente a ti Olívia em Midões ficar com o resto. Se o vendermos todo eu e o meu primo Alberto apesar de apenas eu ter dez anos vamos roubar uns tostões para comprar um maço de cigarros Quentuque para depois ser fumado por ambos . Os factos citados são relatos verdadeiros desse tempo tempo.Sabendo que jamais infelizmente poderão ser de novo realizáveis porque nem as barragens serão abertas nem os areeiros repostos mas estas citações vão permitir uma possível ilusão da pura realidade. Se por várias razões não tiver outro aproveitamento, pelo menos que sirva no futuro para que os vindouros saibam que Midões,/Cancelos e Rio Mau foram lugares onde os seus habitantes foram gente séria humilde e trabalhadora que muito deram ao meu rio e muito pouco lhe pediram em troca . Que contra factos não existem argumentos e a argumentação de alguns não serviu no passado não servirá no presente e muito menos servirá no futuro, para que no manto do nosso rio se mantenha a poluição e o matagal nas suas margens a obstruir os caminhos seculares utilizados por pescadores e barqueiros e muita outra gente que poderiam estar no presente aberto o acesso a novos pescadores sem que para isso fossem necessários grandes despesas. Mas também para que conste que o Lugar de Cancelos merecia e deveria ter com o nome de Rua dos Pescadores, uma forma simples e merecida referência aos nossos antepassados a quem nem o frio depois de dias semanas todos molhados a pescar no Areio D´ortes, nem os Pedregulhos que calcarreavam os levou a desistir do seu apego ao seu rioSe com a feitura das Barragens fizeram desaparecer coisas historicamente recomendáveis também amigo temos de reconhecer que o areal estava a secar por completo o caudal. Os aproveitamentos que se vieram a verificar das águas é uma das outras interrogações. Mas um Rio que dá água para cozinhar, lavar e de beber diariamente a mais de um milhão de pessoas, tem infalivelmente de se sentir enormemente feliz. Estou convicto que o crime maior existe nas limitações que são impostas a quem pretende uma pequena embarcação tradicional, ou a utilização de umas reditas, em lugar dos peixes que lá foram metidos ou deixados passar e que estão a destruir totalmente os peixes tradicionais, tais como o Escalo, a Voga, o Barbo a Enguia enfim, hoje verificamos que são as Lontras, os Achegás, os Percas Lúcios que vão sobrevivendo nem que para isso destruam por completo todas as outras espécies. Dói muito meu amigo a ti que em todos os Séculos te eram familiares estas espécies e agora as vezes extintas e a mim e a quem como seu nestas já largas dezenas de anos nos fomos habituando a pescá-los e saboreá-los comendo-os. Quanto há Lampreia e ao Sável já não me pronuncio uma vez que segundo os últimos estudos a sua viabilidade depois da construção da Barragem é discutível.Rio Douro ainda vai cheio. E eu e o meu Barco ainda lá anda. Tenho por cá os meus 3 Amores .Estando um daqui e o rio ao meio . E Midões no meu coração da outra banda.

O ÚNICO OJECTIVO É PERPETUAR PARA SEMPRE AS SUAS MEMÒRIAS
Das muitas casas e pessoas existentes nos Lugares de Cancelos, Midões e Rio Mau bem como na Freguesia de Pedorido, muitíssimos homens mulheres e Jovens foram pescadores, gente que apesar de tirar durante meses a sua principal e muitos casos o único fundo de rendimento tinham forma própria de lhes agradecer, o rio sabia e sabe que jamais alguma destas pessoas ousava o maltratar (tratavam-no com carinho não o poluindo). è este o registo de marca destas gentes simples e amorosa que sabiam como ninguém partilhar entre si as alegrias e amarguras da vida e que o seu rio era sempre parte integrante deste convívio e confissões. Tive o privilégio de conhecer e conviver com muitos deles, chegando a pescar com eles. Todos são dignos de uma menção especial. Não seria possível fazê-lo aqui, mas se oportunidade vier a surgir, farei um trabalho mais pormenorizado. Irei aqui referir alguns como por exemplo: O Guerguenteiro do Ti Jaquim Ferreira, homem com uma perspicaz infalível e a prová-lo: Um belo dia de pesca fugiu -lhe uma enguia da rede no Castelo e foi pescá-la passado duas horas umas milhas acima , não tendo dúvidas que era a mesma. O que ele se calhar não sabia era que a enguia apenas se movimenta numa extensão de cerca de mil metros. Do Tomas Bichinhas que sendo um péssimo pescador de cana conseguiu a proeza de ir um dia pescar ao Carneiro, tal foi o bom dia de pescaria que quando mal lançou o isco de imediato picou. Puxou a cana vieram uns óculos a puxar passava na altura uma perdiz matou-a, caiu para traz e estava um coelho na cama a dormir consegui-o caçar, preparou-os e comeu-os á noite deu-lhe semelhante volta à barriga que esteve toda a noite na sentina deu-lhe enorme soltura e teve de cagar 480 bichas, não dormiu nada nessa noite para as contar. O Agostinho Ferreira que deitava as cabaceiras no Carneiro eram tantas as Bruxas que o barco não andava nem para cima nem para baixo, não havia corrente e não ventava , como ele com o medo não remava é mais que evidente que o barco teria de estar sempre no mesmo sitio, ou ainda quando pescava com o Ti Armando Venâncio, dizia ele que boa chumbeirada está colhada deles, só que a chumbeira tinha ido parar a um campo de milho. O Ti Américo Rouxinol, Ti Abano, O Ti LuisGordinha, O Velho Carlois Rouxinol e tantos e tantos outros homens e mulheres. Estes homens e mulheres numa perfeita comunhão da natureza, cujos nhábitos herdei porque cresci com esta gente generosa. De há muitos anos a esta parte regressei ao meu cantinho, não sei se para substituir o meu Pai no seu posto, homem que teve de migrar para juntamente com sua Esposa apoiar os meus 4 irmãos, foi a pior coisa que lhe poderia ter acontecido, deixar aquilo que tanto amava, não se ausentava por muito tempo as suas presenças eram frequentes e o seu querido rio sabia que ele não o abandonava. Felizmente que ainda regressei a tempo de o substituir, assim como ele tinha substituído o meu Avô, ainda herdei o último Barco dele, bem como pardelhos, mugeira e chumbeira. Substitui o Velho Barco e concertei as velhas redes que ainda tinha. Embora já não fosse permitido Pescar lá conseguia manter a tradição, o que pescava era para comer ou dar, mas um dia que considero dos dias mais tristes de há muitos anos a esta parte, depois das oito da noite e quando nada o fazia prever apareceu uma Brigada da Guarda Fiscal e aprendeu-me as Redes, com elas foram muitas boas recordações. O meu Pai e avó mereciam que a continuasse , mas forçosamente teve de terminar um ciclo, ainda hoje sinto enormemente esta falta, mas é o preço a pagar pela modernidade, não compreendo porque nascem os peixes e morrem sem que possam ser pescados e assim dariam de d comer a muita gente. Principalmente nesta altura de crise e seria muito mais ético e proveitoso que serem outros peixes a fazê-lo.
Terminado em 7 de Outubro de 2008

DAS FRAGAS DO VALE ESCURO FALANDO COM O RIO DOURO
MAIS UMA DAS MINHAS ATRACÇÕES FATAISForam anos de enorme dificuldade para controlar a saudade nas minhas prolongadas ausências quando em terras de além mar não era viável me sentar fisicamente numa das Janelas da minha casa e assim tendo-te junto a mim falando e confiando-te segredos, principalmente pela calada da noite e nos lindas noites de luar. As saudades eram enormes do meu rio e da minha casinha, esta situada a umas escassas dezenas de metros situados no Lugar de Cancelos. Durante muitos e bons anos o meu mundo começava a partir daqui, o saborear e poder partilhar com ele os meus sonhos e trocar opiniões dando-te a conhecer as pretensões a que ambicionava. Trocar opiniões e poder auto-criticar-me quando fosse caso disso sem me expor ao Tribunal Humano que não sabe ou não compreende muitas vezes esta paixão,,viver e sentir a degradação e limitações que nos impuseram em nome do dito progresso.Durante dois anos em Terras Moçambicanas junto ao Lago Niassa em Moçambique tive a oportunidade de poder continuar a desfrutar de água Doce em Abundância, era também o responsável pela Piscina, assim se tornava mais fácil superar a falta que sentia. Mas foram tempos maravilhosos que por lá passei, mas uma coisa nunca substitui a outra, serve apenas para atenuar a saudade. No Lago Niassa em Metangula ou nos dois anos que passei em Nampula o meu escape era para a Represa ou os fins de Semana que passava na Ilha de Moçambique Antóno Enes ou Nacala, pois o interior sem água Doce ou Salgada a mim pouco me diziam. Em Nampula não havia a hipótese de comer bifes depois de matar o Hipopótamo e suportar o cheiro imundo quando ele foi aberto , ou fazer uma pega de caras às Vacas antes de serem abatidas, nem mesmo ser obrigado a comer um bocado de carne do gato da cozinha para não ser denunciado por quem o queríamos enganar impingindo-lhe gato por Coelho. e que se liam de um lado para o outro como a folha do Jornal.
Mas esta nossa ausência de encontros pode ter apressado um maior envelhecimento a ambos, mas acredito que serviu para nos proporcionar uma maior solidez no nosso relacionamento, sei que serviu para fortificar ainda mais o amor que perdura e que talvez pelo passado em cada dia que passa mais se consolida.Não fora isso e talvez as recordações permanentes dos meus tempos de criança e o registo do Pescado do Sável e Lampreia dos Barcos Rebelos e Rabões e quando ainda toda a circulação era feita via marítima, todo o transporte de mercadorias em toda a extensão do Rio eram feitos por estes barcos e pessoas. Tive a felicidade de nascer pescador e conheci os campos coloridos das batatas, feijões, couve nabiça e aboboras Os meninos, homens e mulheres de pé descalço, os caminhos junto ás margens de onde os barcos eram alados, as redes de pesca ao sável e lampreia, as cabaceiras, as chumbeiras, os aranhôs, os alares, o barbal, a mugeira, os pardelhos as redes de pesca ao barbo, enguia voga ou muge. Fui um felizardo e ainda o sou por ter caminhado juntamente com outros devagar pelos caminhos ao lado das margens, porque as pedras e os godos do areio e o lodo aqui e ali não nos permitiam apressar nem esse era o nosso desejo. Poderei não saber exprimir-me na perfeição mas era um mundo de sonho que se estendia para além do nosso olhar no seguimento das margens onde se destacam a Freguesia da Raiva, o ouvir tocar dos sinos hás Santíssimas Trindades nas Igrejas da Raiva e Sebolido e na Capela de S. Domingos da Serra davam um enorme alento..Direi mesmo que era um privilégio. Os Choupos as Nogueiras e os Castanheiros, os batatais a Couve Nabiça e os Feijões. Gosto imenso das muitas cidades que passei e vivi, os países, dos rios e mares que conheci. Mas para mim nada comparável com o amor ao meu rio, talvez por me sentir demasiado apaixonado. Na minha ausência e durante alguns anos muitas coisas foram alteradas e aquelas muitas milhas de autênticos paraísos deixaram de existir. Ainda tive a tristeza de poder assistir ao fechar da Barragem Lever/Crestuma e isso custou-me imenso na ocasião, hoje devo confessar que o aceito melhor, mas não na totalidade apesar de reconhecer que se não fosse a feitura da Barragem ainda hoje continuaria sem ter uma Ponte de Travessia, o que a verificar-se me traria um acréscimo de despesas e como tal uma maior ausência. O que não seria nada desejável Se com as alterações foram modificadas coisas, não tiraram porque ali ficaram e ali moram as memórias de todos quantos partilharam esta felicidade de serem e amarem o seu rio. Sempre que posso e faço-o de vez em quando, vou no meu Barco rio abaixo e rio acima parando nos locais onde recordo memórias da minha infância e revejo os meus antepassados. Com os compromissos assumidos e por isso quero pedir-te desculpa ainda não me foi possível este ano realizar a viagem no meu Barco “O Marinheiro”, mas espero fazê-lo logo que tal me seja possível e fica prometido para logo que haja uma oportunidade. Ser Pescador/Marinheiro amigo é compensador espero continuar a sê-lo enquanto fisicamente me for possível e mentalmente serei sempre até partir.

DAS FRAGAS DO VALE ESCURO /ABITOREIRA
As Caravanas Ciganas
Eram mais que muitas o número de pessoas e animais que se deslocavam e procurando acampar todo o tempo que lhe fosse permitido .Gente que nada tinha. Eram tantas as histórias que nos contavam que nós miúdos quando eles estivessem por perto vivíamos aterrorizados. Poucas ou nenhumas versões ouvi falar respeitante a esta Etnia que lhes desse um mínimo de credibilidade. Perante tudo isto em nós crianças existia a ideia de que eram pessoas tenebrosas. Porque disponhamos de umas Fragas tão altas onde eles não tinham mínima possibilidade de nos poder atingir, tentava -mos tudo para que não acampassem junto ao tanque de Sobradêlo, pelo que pela nossa parte o arremesso de pedras para eles não acampassem assíduo e grande maioria das vezes foi conseguido.


MIDÕES E CANCELOS FICARAM MAIS ENRIQUECIDOS
Nasceu O Puto Mimado
Publicada por v Nascia a 23 de Janeiro de 1943, num dia invernoso nascia uma criança do sexo masculino e que de acordo com o registo de assento de casamento apenas tinha seis meses e meio. Nada teria de importante este pequeno pormenor, porque o meu Pai comeu e assumiu não fosse ter durado mais de 50 anos a tentativa dele querer dizer que as coisas já íam bastante adiantadas. Sempre dizia que eu tinha uma Lua a menos nunca lhe tinha perguntado o que pretendia dizer com isso até que um belo dia quando ele já se encontrava em fase terminal da doença cancerosa que o vitimou ter sido necesssário uma Certidão para eles de acento de casamento. Foi então que ao ler a mesma me apercebi que tinham casado pelo civil em Julho do ano anterior e eu tinha nascido em Janeiro.Chegado a casa disse-lhe que pelo tempo de nascimento eu tinha a menos mais que uma Lua, foi para ele uma enorme alegria, ao invés da minha Mãe que não gostou nada do que tinha acabado de ouvir, mas depois até gostou e deu para umas gargalhadas. Mas voltando aos dias que se seguiram ao meu nascimento foram dias de enorme dificuldade já que o tempo de gravidez tinha sido difícil e o parto não foi muito fácil. Valeu a sabedoria da Senhora que assistia aos partos. Uma senhora sem formação de Enfermagem mas que com o trabalhar das mãos fazia autênticos milagres. Tive a felicidade de ainda a poder conhecer era uma Senhora fabulosa. Esteja onde estiver obrigado por me ter feito viver.Estavamos em plena Segunda Guerra Mundial as dificuldades eram enormissimas, os trabalhos não abundavam e o meu Pai que tinha em tempos sido Rachador de Lenha ( Machado que ainda hoje conservo ) tinha enorme dificuldade em arranjar trabalho. Mas como trabalhador que sempre foi durante toda a vida recuperou logo que chegou o Mês de Fevereiro com a pesca do Sável e da Lampreia. Recuperou monetáriamente e com o dinheiro ganho compraram uma casa em Cancelos terra que fica em frente de Midões apenas separada pelo Rio Douro mas a comunicação entre as duas populações eram diárias até porque tinham a possibilidade de se comunicarem falando de uma margem para a outra.Com o findar da Guerra em 1945 aparecia o meu Irmão Joaquim e para complicar ainda mais as coisas, a inquilina que habitava a casa que compramos em Cancelos resolveu não a deixar e assim ainda tivemos de estar dois anos para o conseguir e valeu a minha Mãe ter conseguido arranjar-lhe uma casa em Sebolido e pagar-lhe dezoito meses de renda. Em conformidade com a lei desse tempo assistia-lhe esse direito. Se o a cima exposto já deveria chegar. A dificultar ainda mais as coisas veio uma Doença grave ao meu Pai que o impediu de trabalhar durante oito meses.Passamos a habitar em Cancelos mas o contacto com Midões era frequente viviam aí os Familiares do lado da minha Mãe, se antes era frequente ficar em Cancelos em casa dos meus avós paternos para possibilitar a minha Mãe pescar, depois invertiam-se , ficava em casa das minhas Tias já que por volta dos 4 anos a minha avó Mãe Chica falecera.
O COMEÇO DE UMA LONGA HISTÓRIA
Deveriam -me ter recebido normalmente os miúdos de Cancelos, pois era frequente a minha presença cá no Lugar, mas ao terem conhecimento da minha mudança para a casa do Tapado do Coelho em definitivo e até talvez pelo facto do Tono Pires aqui ter nascido, dificultou imenso a minha integração.Começaram por me aquecer o corpo todos os dias, recebiam-me muito mal, e o desprezo era total. Durou algum tempo esta situação mas pouco tempo depois eu já me tinha imposto e em alguns casos até tinha conseguido virar o feitiço contra o feiticeiro.Consegui impor-me e aos miúdos e miúdas que eram muitos naquele tempo e qual deles o mais traquina, não lhes restou outra alternativa se não a de me terem de aceitar. Cedo comecei a ser mentor do Grupo.Devo confessar que não fui um bom Mentor nem o poderia ser pois os mais velhos que eu não eram boas recomendações.

CANCELOS E A SUA MOVIMENTAÇÃO:
Praticamente todo o Transporte de Mercadorias e Vinhos eram feitos pelos Barcos Rebelos e Rabões, o que nos permitia ouvir muita gente. Nos meses da Pesca ao Sável e Lampreia juntavam grande número de homens e mulheres que juntos diziam as mais variadas asneiras, o que nos permitia ouvir e a ter um conhecimento acima da média. A muita caça que existia nas Fragas e em que os Caçadores que nos visitavam nos pagavam para arremessar-mos pedras para as perdizes levantarem permitam-nos ter unas tostões para uns rebuçados e outras coisas mais.ENTRADA NA ESCOLADeveria ter entrado como qualquer miúdo, mas cedo foram avisar a professora que iriam entrar 2 miúdos que não seriam nada fáceis de controlar.Quando entrei fui logo privilegiado pela Professora teve a preocupação de não colocar nenhum miúdo ao meu lado esse lugar ao meu lado ficaria reservado para o Fifas um miúdo que era um exemplo pela negativa como eu. Veio uns dias depois do início das aulas. Mas o lugar era cativo. Ela se bem o pensou melhor o fez e para impor o respeito ainda não tinha passado meia hora e o Amadeu começou a falar, ela arremessou a régua do meu lado com tanta força que a mesma partiu ao meio. Veio logo o primeiro treino a seguir. Bateu mais a mim do que a ele pois segundo ela eu era mais culpado porque era mais velho na Escola. Estava aberto um ciclo que se iria manter até há quarta classe e o mesmo aconteceria com a Catequese, esta por outras razões e a falta de incentivo que sempre tive no que toca a religiosidade. A partir daqui era frequente fugir da Escola, facilitado ainda porque as Janelas não tinham vidros. Tivemos muitos dias de passar fome negra, porque se eu fosse a casa comer chovia. Por sorte minha o Fifas tinha o Irmão Velhilho, que era um pouco mais velho que nós e que também ele fugia constantemente, a Mãe deles a Ti Rosa deixava-lhes o comer até que um belo dia fomos experimentar se dava para entrar pela Trapeira (Chaminé ) conseguimos e a partir daqui eu comia o comer do Venhinho e as coisas melhoraram e muito. Por volta dos oito anos de idade e com medo da tareia do eu Pai decidi ficar fora de noite. No tempo em que toda a gente tinha medo de andar depois das Santíssimas Trindades, o medo da Porrada tirava-me o outro medo os meus Pai acompanhados de toda a gente andava -me procurando, estava escondido na casa velha do porco do Ti Manel Guerra e só quando jurou por duas vezes a gritar pela alma do Avô dele que me não batia eu apareci.OS CIGANOS ERAMOS NÓS